10 de maio de 2016

REVENDO MEU DOCE PASSADO - por Joao bitu




 
 
 
 
REVENDO MEU DOCE PASSADO

A antiga Rua Major Joaquim Alves, cuja denominação foi pelos ares para dar vez a outro nome ilustre, este filho da cidade de Várzea-Alegre, tinha início na entrada do corredor que leva aos Grossos, em
direção à cidade de Iguatu e se estendia até as residências de Joaquim Diniz e Hamilton Correia, pelo lado oposto. Não era uma rua muito extensa, mas estava sua grandeza no alinhamento e cuidados de suas bonitas residências e de seus habitantes ilustres. Cabia ali tudo que era bom, pessoas, prédios, praças de diversões, a Catedral, duas usinas e beneficiamento de algodão e o comércio enfim. Inclua-se, naturalmente, a Usina Primo no limiar.
Os seus moradores eram os mais conceituados cidadãos
da cidade, a contar os mais ricos assim como outros tantos de menor expressão econômico-financeira, todavia, decentes e trabalhadores honrados e igualmente notáveis.
A indústria e o comércio ali representados por JOSUÉ ALVES DINIZ, um Senhor de grande valor e respeito pela honradez e decência nos negócios e na política, tendo sido eleito Prefeito, ocasião em que mostrou sua alta capacidade administrativa e incontestável honestidade no manuseio dos bens públicos. Teve uma vida de raras virtudes, qualidades que deixou aos filhos por herança. Entre outras obras construídas em sua gestão deixou o prédio onde funciona atualmente a Prefeitura Municipal da cidade e O Centro Administrativo cujo, recebeu o seu nome como homenagem. De grande utilidade comercial, além de funcionar como cabide de empregos também é engrandecido pela oferta e venda de gêneros alimentícios a preços mais accessíveis, graças a centralização de mercadoria. É situado entre as ruas JOSÉ COREIA e a GETÚLIO VARGAS, ao lado do prédio onde funcionou a ESCOLA DOMÉSTICA, instituição educativa onde MARIA SOCORRO BITU, de saudosa memória, concluiu sua educação profissional.
A seguir a pracinha onde está a Majestosa IGREJA DE SÃO RAIMUNDO, um dos mais belos e tradicionais monumentos em toda região Centro Sul do Estado, orgulho de Várzea-Alegre, cuja torre é vista ao longe com todo seu esplendo, com a estátua do padroeiro São Raimundo Nonato, encimando sua grandeza e invejável beleza, como que a olhar e abençoar o casarão de ZÈ BITU, em cujo toda Bituzada teve sua existência feliz. Nada se pode comparar a sua semelhante e maravilhosa vista mesmo à distância. Ladeada pela casa Paroquial de forma adequada e justa para os serviços religiosos, onde residem o Vigário e seus auxiliares instalados em suas dependências, bem como acomodações para os visitantes de outras paróquias circunvizinhas, quando das festividades costumeiras. Nossa Catedral é alvo de admiração em toda parte!
A PREFEITURA MUNICIPAL fica situada bem perto da referida pracinha, construída onde fora antigamente a querida e super- frequentada Praça Velha, em que a juventude tinha seu reduto e alegria ao passear às noitinhas ao som da AMPLIFICADORA VOZ DE VÁRZEA-ALEGRE”, comandada por Walquírio Correia, com as oferendas musicais e suas brincadeiras alegres dirigidas a cada ouvinte e admirador
Quanta saudade!
A parte comercial de maior destaque tem aí o seu início, considerando as lojas de tecidos. De Zé Rolim (João Joca foi seu sócio inicialmente), até à casa “ABC” pelo lado direito e, em frente RAIMUNDO SILVINO e ZÉ BILÉ com lojas de variedades Neste meio, isto é, entremeando o comercio havia outra “pracinha” muito concorrida ao anoitecer pelos jovens namorados da cidade, igualmente assistida ao som da Amplificadora e sua música contemporânea. AÍ estava o coração musical de toda juventude! Encontro infalível de toda mocidade!
A nossa estimada Rua Major Joaquim Alves termina aqui, onde as nossas saudades marcam o seu início. É necessário que se lembre aquelas músicas da velha guarda. Músicas que marcaram cada uma de nossas SAUDÁVEIS paqueras, cada um de nossos “flêrtes discretos, os recadinhos trocados que foram ou não foram respondidos! Cantores famosos que davam a cada melodia a riqueza de sua interpretação. Está, entendo eu, para nascer a pessoa contemporânea que não lembre da valsa BRANCA, do Bolero DEZ ANOS, A Pérola e o Rubi, Tarde Fria, Pecado Original e outros tantos sucessos da época!!! Aposto que alguns de meus leitores não vão dormir hoje sem antes cantarolar um pouco, recordando velhas músicas que lhe marcaram naquele passado tão doce!
Muitos casais que até hoje permanecem unidos e felizes tiveram o início de seus idílios naquelas pracinhas abençoadas. Podem contar agora aos filhos quão linda era a vida simples naqueles pedacinhos de chão alegres, em nossa querida e inesquecível VÁRZEA-ALEGRE. Havia serenidade, havia doçura e muita pureza dentro de cada namorado, candidato ao matrimônio. Amor verdadeiro, confiança e admiração recíproca. Impossível esquecer!
DEUS que tão graciosamente contemplou a nossa geração, dê aos nossos descendentes a mesma felicidade com que até hoje nos tem premiado. Vida longa, amor real aos nossos cônjuges e poder de reconhecimento fiel e inalterável.
Que nos abençoe hoje e sempre a nós e aos nossos estimados filhos e netos.
João Bitu
( Que cheque a Denizard )
João Bitu

2 de maio de 2016