30 de junho de 2011

Casa arrumada

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Casa arrumada  é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.


"A VIDA é uma pedra de amolar; desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos."

Sabatina

Sabatina.

Pergunto se vc sabe
Das coisas do cariri
Pra inicio de conversa
Quero saber não tenho pressa
Sabes o que é piqui?

Um penitente,um andor
Um machado, um cavador
Uma roçadeira e uma moita de calumbir?

Um baláio uma rabichola
Um alfore uma sacola
Um calango largatixa
ou um quatir?

Um toco de mororó
Uma arupemba de cipó
O saburar do jatí?

Raspadura tapioca
Um forno de assar beijú
Um jatobá um tamarino
E um fruto de mandacaru?

Sabes o que é cambão
Foice,quicer e lamparina
Oticica marmeleiro
Jurema e tangerina?

Sabes o que é ser fiota
Um contador de lorota
Que quase não sabe o que diz?

Conhece o que é gamela
Sabes o que é tramela
Uma nambú uma cordoniz?

Sabes o que é uma cuia de cabaça
Uma chiminé soltando fumaça
Uma cuscuzeira no fogão?

Sabes o que é serca de arame
Um inchú um capuchú
Numa moita um inchame?

Catar Algodão con o lensol de dormí
O uruvai antes do sol sair
Sedo pisar na lama?

Ao meio dia con sede
A noite dormir na redde
Esteira de palha servi de cama?

Do lado de jirau
Uma bengala de pau
Umas roletas de cana?

Uma queima de tijolos
A goma pra fazer bolos
Uma apragata avaiana?

O que é um testo de panela
Um pirão de costela
E uma cesta de castanha?

E o belo pilão
Um balde de cacimbão
Um jogo de caçuá?

Um piriquito
Caiga de lenha em cambito
Uma arapuca e o fojo de pegar preá?

Sabes o que é um guarda copo
Um pote na furquia de três ganchos
Uma casa de taipa um rancho
Um quebra custela pra jumento não passar?

Já passou num passadiço
Aprontou um reboliço
Bateu com mão de pilão?

Bebeu água na coité
Ou na catemba de coco
Titou maribondo caboco
Usando apenas a mão

Sabes o que é um arataca
Bezerro apoja na vaca
E um vaqueiro aboiá?

Quixó de pegar tatu
Barroca de cururu
Furmiguiro e tamaduá?

Balcão de plantar cuento
Um bichinho fedoreno
Que tem nome de gambá?

SE tu sabes tudo isso
Já rezou pro pade ciiço
Não é um cabra mofino
Tá na cara podes crer
Que um moço quinem vc
Só pode ser nordestino
E pra mode completar
Das quebradas do Ceará
Tu veio embora quando menino.
Ilmorais

29 de junho de 2011

O Cursor e o Tempo

Pulsando sobre a luz branca do papel virtual, ávido por desenhar palavras organizadas em um sentido inteligente e inovador, o cursor desafia a criatividade e suplica ideias. Sem querer discorrer sobre assuntos já debatidos, o autor, vacilante passageiro dessa viagem única e sem volta, desvia o olhar do passado, controlando o impulso para não projetá-lo no futuro. Ao tentar fixar-se no presente, percebe que este é apenas um momento de transição, uma oportunidade para ajustarmos a trajetória da vida, no sentido de conduzi-la, com mais tranquilidade, à produção de caminhos menos tortuosos e mais harmoniosos.

Quantas oportunidades perdemos, ao longo dessa caminhada, de mudar nossas atitudes, resolvendo problemas que insistimos em manter, por fraqueza, por dependência, pela manutenção de um prazer que mais prejudica do que beneficia; Pela falta de coragem de abrir mão do rotineiro; Pelo medo do novo! Quantas vezes sucumbimos ao apelo do prazer imediato, da ansiedade e da solidão, que nos fazem consumir sem necessidade, nos enganando ao conceder milésimos de segundos de conforto e nos desamparando a seguir. O presente é o único momento que temos para evitar que o futuro seja uma reedição do passado ruim. Em todas as vidas há correções a se fazer.

Mas o presente é, também, o momento de consolidar avanços em nossas vidas; De manter as atitudes positivas; De resistir, com nossos valores morais, à sedução dos ganhos fáceis e ilícitos e de reafirmar nosso amor ao mundo, à vida e às pessoas que amamos de verdade. É uma dádiva única, solitário instante de luz brilhante em nossa alma; Efêmero brilho, que se apaga quando se veste de passado, e reacende, quando o futuro se apresenta pulsante como este cursor exigente.

O passado projeta no presente as sementes do futuro. Basta saber escolher os grãos a serem semeados. Escolhendo os grãos errados teremos uma colheita ruim. E o tempo de semear é todo dia, assim como o tempo de colher. E o único fertilizante que devemos aplicar é o amor à vida.

Pois eis que discorrendo sobre passado, presente e futuro o tempo passou e a avidez do cursor foi acalmada, embora ele continue solicitando um fechamento do texto e da ideia. E como poderíamos satisfazê-lo? Se cada um dos leitores, ao final da leitura dessas palavras, fizer uma reflexão sobre as sementes que vai plantar naquele dia, ou no dia seguinte, e apostar em terrenos mais férteis em paz, harmonia, alegria e amor, tirando as ervas daninhas do egoísmo, da ambição, da intolerância e da indiferença, se estas existirem na lavoura de suas almas, certamente o cursor poderá sentir-se satisfeito ao desejar que palavras fossem escritas na luz branca desse papel virtual.

Sabemos que na vida, como na natureza, as intempéries são possíveis, e acontecem “tempestades”, tragédias e outros fenômenos. Ergamo-nos, como se ergue a natureza, e reconduzamos a vida ao seu caminho normal. Ao mal que não podemos evitar temos o amor à vida. Ao mal que podemos evitar temos o presente para refletir e semear o que venha nos trazer o bem. O resto é hormônio.

Paulo Viana

28 de junho de 2011

Vai ficar na saudade....

Sinto saudades da calçada da Major Joaquim Alves, as crianças brincando tranquilas na rua, a passagem de Dr. Osvaldo (dentista), Dr. Lemos (médico), as enfermeiras Dona Geni, Dona Ceci e Dona Dulce (ah como eu temia a famosa vacina no posto da praça Santo Antônio!!). O educandário Santa Inês, Dona Eliza Correia, o período da Quaresma, a Via Sacra, a matraca, ninguém ouvia o sino tocar, era Semana Santa. Meus pais José Bitu e Vicentina recebiam seus afilhados e também levavam a gente para visitar nossos padrinhos. A passagem de Dona Santana do alfinim, o carteiro (hoje não se escreve mais assim), a chegada do ônibus lá em Sr. Zé de Ginu, Sr. José Belo com a revista Cruzeiro,a gente devorava aquela revista, os folhetins com nossas músicas prediletas, nada de televisão, pc, mp3, celular. O cine Odeon começava a programação ás 16 horas, então ouvia-se música de qualidade, o locutor anunciava o filme da noite. Os flertes na pracinha, os namorados no cinema, a fogueira de São João, os leilões,a chegada do famoso PARQUE LIMA, a novena, a procissão, a salva, as quermesses, o palhaço da perna de pau anunciando o circo que chegara.Não havia shopping, "drive tru", a gente comprava na bodega e anotava na caderneta e todo mundo pagava. Nada de cartão de crédito, Mac Donald. Havia os cafés, os doces, as tertúlias (nada de mp3) era tudo na radiolinha. E as serenatas? Até lembro do chiado da agulha no velho long-play de Tim Maia que a gente curtia tanto! A gente tinha bem menos e era bem mais feliz. Ninguém me tira essa saudade, essa não!
Fátima Bitu

27 de junho de 2011

Mais um poeta no meu blog: José Sávio

Minha felicidade hoje salta aos olhos: José Sávio aceitou o convite para ser colaborador do meu blog. É mais um poeta chegando a exemplo de Mundim do Vale, Paulo Viana, Fideralina, Claude Bloc e Vicente. Estou me sentindo como papai no dia da formatura de Cláudio quando ele convidou CHIQUINHO DE LOUSO para um almoço de amigos na nossa casa. Já faz tanto tempo.... parece que estou vendo o brilho nos olhinhos de meu pai com a chegada do grande amigo lá em casa.  Pois é, Sávio, fico lendo suas belas postagens, vendo a monografia de sua filha e pensando como seu pai ficaria feliz se estivesse por aqui, Seja bem vindo, amigo cordelista doutor, puxe uma cadeira e vamos conversar, poste o que vc quiser e quando tiver tempo. Saiba que será muito bem vindo. Abraço Amigo Fafá

26 de junho de 2011

Orgulho de ser nordestina

Nasci em Várzea Alegre, sul do Ceará, pensa numa nordestina arretada,  que  se orgulha de falar cantando!  Falo oxente, vôte e danou-se. Viche, Maria.  O meu jeito de falar é o mais fiel retrato da minha terra. Os amigos acham até engraçado porque falo francês cantando. Fico de olho numa mesa farta de pirão, baião de dois, carne assada, mungunzá, canjica, pamonha, galinha caipira, cafezinho com cuzcuz. Delícia! Emociono-me ao ouvir  Chico de Amadeu cantando LINDA BREJEIRA. Guardo as melhores recordações das noites de São João e São Pedro tocadas por aquele sanfoneiro famoso. Agora no dia de CORPUS CHRISTI me emocionei ao ver passar a procissão diante do condomínio em que moro em Fortaleza. Fiquei observando aquelas pessoas sofridas, rezando, cantando em pleno sol quente. A ladainha, o cheiro de incenso, os pés descalços, o véu sobre a cabeça( minha mãe usava tudo isso), o terço entre os dedos.A grandeza de uma fé que não se abala. O som do sino repicando na torre da igreja, a chamada da missa. Tudo isso me veio novamente como um bom filme que se assiste 2, 3 vezes.
Admiro e me emociono com o improviso do poeta popular, a beleza do maneiro-pau, a alegria da quadrilha. O nordestino é acima de tudo um herói, e nos cordéis do tempo se registra a sua história.
Tenho orgulho de ser nordestina mas   me aborreço demais quando alguém tenta falar diferente envergonhado de sua nordestinidade.

FESTEJANDO FESTA JUNINAS.

São João disse,
São Pedro confirmou
Que você fosse minha amiga
Que Santo Antônio mandou.

25 de junho de 2011

Feliz Aniversário, Claude!

Feliz aniversário
Um momento especial de renovação para sua alma e seu espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós capacidade de recomeçar a cada ano.
Desejo a você, um ano cheio de amor e de alegrias.
Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.
Sorrir novos motivos e chorar outros, porque, amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e agradecer mais vezes.
Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.
É ser grato, reconhecido, forte, destemido.
É ser rima, é ser verso, é ver Deus no universo;
Parabéns a você nesse dia tão grandioso.
26/06/2011

Bon Anniversaire, Claude Bloc

Rendre hommage à une artiste, ce n´est pas facile du tout mais quand on s´agit d´une personne simple comme toi, Claude, je me sens trés à l´aise. Ben, je ne sais pas exactement quand je t´ai vue la première fois sur le blog mais je me rappelle d´une chose: j´ai senti qu´il s´agissait d´une mission possible vu que toi, tu es une personne for...mi...da...ble avec ton sourire accuillant qui te donne un air de simplicité. Moi, j´aime les personnes simples. Je sais que tu es une personne trés prise, mais tu trouves toujours du temps pour donner l´attention á tes amis et ça fait la différence. J´aurais beaucoup de choses à te dire mais pour le moment, je vais seulement remercier ton éternel amitié et te chanter:
En ce jour trés joli
que la joie soit compléte
recevez tous les voeux
de mon ãme en fête
26/06/2011 

Homenagem mais que justa

Prefeitura Municipal de Várzea Alegre presta homenagem ao sanfoneiro Chico de Amadeu com praça e estátua em tamanho natural.O prefeito Zé Helder (PMDB) disse que são muitos os talentos que merecem ter imortalizados os seus nomes, mas que a homenagem a Chico de Amadeu é um reconhecimento ao artista que mais se identifica com as festas juninas do CSU. O músico faleceu no dia 16 de fevereiro de 2009, aos 74 anos de idade, em consequência do mal de Alzheimer, doença degenerativa que o acometera desde 2008.
HISTÓRIA
A história de Chico de Amadeu já está registrada no coração dos varzealegrense. O menino que aprendeu a tocar sanfona aos 12 anos de idade, era cristão dedicado, seguindo os passos do pai, Amadeu Siebra, que era sacristão. Assim, começou a tocar as músicas da igreja, tornado-se músico oficial dos rituais religiosos, ao tocar o órgão da igreja. Ele não só tocava. Sua voz afinada era admirada pelos fiéis.
Ainda na década de 50, Chico de Amadeu se afeiçoou ao ritmo do “Baião”, sucesso na voz da Luiz Gonzaga e de outros gigantes da música nordestina. Curioso e apaixonado pela música, Chico de Amadeu procurou pelo mestre Vicente Leandro, com quem aprendeu a tocar acordeom.
Com o acordeom no peito e a voz afinada, Chico de Amadeu, era o novo artista de Várzea Alegre, fazendo shows nas festividades sociais da cidade. Logo montou o grupo musical Chico de Amadeu. Numa rural (veículo), juntava os integrantes do grupo e percorria as cidades da região, animando festas e galgando sucesso.
Atendendo ao desejo dos varzealegrenses que moram em São Paulo, as excursões do grupo musical àquele estado, eram sempre um sucesso, principalmente na região conhecida por ABC Paulista, reduto de nordestinos, principalmente de varzealegrenses. O sucesso foi responsável pela entrada de Chico da Amadeu na política, quando foi eleito vereador por dois mandatos - 1963 a 1967 e 1993 a 1996.
Era um homem que gostava da noite. Um boêmio nato. Para notar essa caída pela boêmia basta lembrar suas canções preferidas: “Perfídia”, “Linda Brejeira”, “Quero beijar-te as mãos” e da valsa “E o destino desfolhou”.
Chico de Amadeu gravou um LP, várias fitas e tem um documentário em DVD, sobre sua vida.

Leve como uma brisa

Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como ventania, depende de quando e como você me vê passar
Clarice Lispector

22 de junho de 2011

LUZINEIDE ! Sinônimo de bondade

Na famosa Major Joaquim Alves pertinho de minha casa morava uma família feliz: Sr. Lourival e Dona Emília ao lado dos filhos   Ceci, José Clementino, Luís, Pedro, Maria, Luzineide, José Almir, Paulo e Sônia. Reinava um clima de amor naquela casa pois havia uma pessoa chamada LUZINEIDE que por si só, já era LUZ. Tanta bondade, tanta resignação, todos em Várzea Alegre a amavam. Gostava de cantar com os irmãos e encantava a todos.Pois é, meus amigos, exatamente na véspera do SÃO JOÃO nossa grande amiga foi chamada ao reino de Deus. Com certeza foi recebida festivamente pelos seus pais, pelos irmãos Luís, Zé Almir e o poeta José Clementino. Portanto, olhem para o céu, familiares e varzealegrenses! Veja como ele está lindo! É LUZINEIDE chegando para compor a festa de São João. Nada  de tristeza, ela era só alegria e bondade...seu tempo entre a gente acabou...agora ela vai espalhar bondade e luz perto dos seus familiares que a aguardavam ansiosos. Minha amiga Luzineide é tão especial que eu não queo falar em tristeza, deixo uma significante mensagem para a família. "SAUDADE SIM, TRISTEZA NÃO."
Fátima Bitu

21 de junho de 2011

Essência

Tenho um sentimento confortável pela vida

Seja na dor ou no sorriso

Na alegria ou na sobriedade adulta

Porque reduzi meus anseios

Compreendi as utopias

E mudei as referências, aproximando-as da simplicidade

Onde estiver, serei apenas o que já sou

Mas trilho os caminhos de horizontes espirituais

Sem o misticismo doutrinado, ou a mitificação do incompreensível

Buscando evoluir nos limites do que está submerso potencialmente

Na aprendizagem e na leveza da sabedoria

No exercício do ser, em sua mais pura essência

Reconhecendo a vulnerabilidade do corpo

E elevando-me às fronteiras do espírito

Sem intermediários externos

Meditando sobre minhas ações

Sendo meu próprio preceptor

Tendo como único e suficiente princípio o fato ser humano

Este maravilhoso animal que bem sabe construir a destruição

Mas que, também, reconstrói seus sonhos, seus desejos, suas ilusões e fantasias

Com sua destreza e a criatividade artísticas

Essa bactéria infame, que infeccionou a terra viva

Mas carrega em si as emoções, o dom do amor e da amizade

Tenho um profundo desejo de atravessar meus dias em plenitude

Sem querer alcançar valores absolutos

Porém vivenciando toda a minha essência ontológica

Paulo Viana

20 de junho de 2011

Sobre as festas juninas

Origem da Festa Junina 
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.  
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.  
Festas Juninas no Nordeste 
Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas. 
Comidas típicas 
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais. 
Tradições 
As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.

Caminhos... - Por Claude Bloc

Aquarelando a Chapada
- Claude Bloc -


Final de junho. A natureza se enfeita para festejar os acordes juninos. Festas, folguedos, fogueiras acesas nas lembranças, ipês roxos florindo na mata. Águas plácidas refletindo um céu imenso.


E seguimos.
O sol brincando na lente e o verde se espalhando pelas vistas da gente brincando de amaciar o dia.


Aqui e ali, um reflexo que se mistura ao tempo. Ipês encantando as emoções da gente. Pintando a vida numa aquarela de tons sobre tons.


E seguimos a estrada. O caminho é um convite ao novo. À nova empreitada. Ao dia que se alonga e nos frutifica.


E nosso olhar se deita nos campos aveludados, onde sonhamos ficar mais um pouco. Onde nosso sonho escorre a cada passagem. Onde sentimos a vida em sua plenitude.

Claude Bloc

19 de junho de 2011

Para Fafá e Zezê - por Isabel Vieira

FAFÁ, Irmã/MÃE
ZEZÊ, Irmã/FILHA

FAFÁ, cuidadosa irmã/mãe
Com toda DEDICAÇÃO
Assume, como filha, ZEZÊ
Corda do seu CORAÇÃO...!!!
Duas almas num só corpo
Na busca da FELICIDADE
Como mãe e filha caminham
Semeando muita BONDADE...!!!
De mãos dadas, sempre felizes
Uma a outra fazendo o BEM
Vivendo com muito CARINHO
Amor, paz e respeito TAMBÉM...!!!
Na missão de professora,
Como MÃE, se EMPENHOU
E venceu toda batalha
Que o SENHOR lhe CONFIOU...!!!
Com suas sábias lições
No magistério tudo FEZ
Sempre hábil e eficiente
Brilhou no idioma FRANCÊS...!!!
FAFÁ, um exemplo de pessoa
O que todo mundo DIZ
Pelos amigos sagrou-se
A dileta FLOR de LYZ...!!!

GRANDE ABRAÇO DE FELICIDADES!!!
UM ILUMINADO DOMINGO PRA TODA A FAMÍLIA....
ISABEL VIEIRA DE O. SILVA
19 de junho de 2011 09:17

BANCA DE REVISTAS PRIMOS

BANCA DE REVISTAS PRIMOS
Av. Monsenhor Tabosa, 1197, Meireles.
Fortaleza/Ce.
Fone: (85) 3248.1192
Inaugurada em 11 de Setembro de 1992, inicialmente era situada a 50m de onde se encontra atualmente e tinha como sócios Silvania e seu primo Cláudio. Atualmente a banca é administrada apenas pela proprietária Silvania.
Além de revistas, cartões postais e jornais regionais, a Banca de Revistas Primos vende também os jornais italianos Corriere Della Sera e La Gazzetta Dello Sport e o International Harold Tribune dos EUA.
Dentre outros produtos, a banca vende crédito para celular e público (OI, VIVO e CLARO), refrigerante, água, chá gelado, biscoito, bombom, chocolate, etc.
A Banca de Revistas Primos é bastante conhecida não apenas como banca de revistas, mas também como ponto de encontro dos clientes da redondeza, principalmente durante o almoço, pois os clientes gostam de se encontrarem para bater papo e discutirem as notícias divulgadas nos jornais e revistas que a banca vende.
Venha nos visitar também!
Ah! A famosa banca patrocina o BLOG SOU DE VÁRZEA ALEGRE.

18 de junho de 2011

OS DOIS FILHOS DE ANTÔNIO - Por Mundim do Vale.



Dois dos filhos de Antônio Costa, tinham idades e alturas muito próximas. Era Antônio Ulisses e Francisco das Chagas, que era conhecido por Chico Neném. Sendo que Antônio Ulisses era louro e comportado e Chico neném era moreno e danado.
Certa vez Antônio Costa arranjou com Acelino Leandro uma vaga na carpintaria para Chico Neném aprender a arte e não ficar solto na rua fazendo bagunça junto com nós.No começo até que ele tava dando certo, mas depois começou a bagunçar. Escondeu a muleta de mestre Elói, envernizou a cara de Antônio de Zequinha, jogou raspa de madeira nas gaiolas de Durval e trancou Osvaldo Batista dentro de um guarda-louças. Depois de receber uma série de queixas o jeito foi Acelino dispensar Chico por justa causa.
Dois dias depois Maria Zélia irmã de Chico Nenem foi falar com Acelino:
- Seu Acelino. Eu vim aqui pedir ao Senhor uma oportunidade para Francisco das Chagas. O Senhor sabe é melhor ele ficar por aqui aprendendo alguma coisa, do que ficar solto no meio da rua feito menino sem pai.
Acelino muito atencioso respondeu:
- Tá muito bem! Se for Francisco das Chagas pode trazer.
No dia seguinte Maria Zélia chegou com Chico neném. Quando Acelino viu arregalou os olhos e perguntou:
Espere! Esse Daí é Francisco das Chagas?
Chico Neném respondeu:
- É eu mermo! Derna de quando nasci.
- Maria Zélia, eu lamento muito mas não posso lhe atender não. Eu pensava que Francisco das Chagas era o louro.

Mãe Irmã

MÃE! (por Martha Medeiros)
MÃE É MÃE: mentira !!!
Mãe foi mãe, mas já faz um tempão!
Agora mãe é um monte de coisas: é atleta, atriz, é superstar.
Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista.
Também é cozinheira e lavadeira.
Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito.
Mãe às vezes também é pai.
Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão.
Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de rock pra desespero de algumas filhas, entra na briga por um namorado.
Mãe é avó (oba, esse é o meu departamento!): moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço, se quiser também namora, trabalha, adora dançar.
Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de trânsito, campeã de aeróbica, mergulhadora.
Só não é santa, a não ser que você acredite em milagres.
Mãe já foi mãe, agora é mãe também.
MÃE É UMA SÓ: mentira !!!
Sabe por quê?
Claro que sabe!
Toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está lá quando é preciso.
De certa forma, tem duas mães.
Tem aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida.
Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular.
E outras mulheres que prestam uma ajuda valiosa.
Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta que corrige uma deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um pouco mães.
Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só conheceu instinto maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não deixa de ser uma forma de exercer a maternidade.
O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.
SER MÃE È PADECER NO PARAÍSO: mentira!
Que paraíso, cara-pálida?
Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora, onde crianças não entram.
Cara,estamos falando da vida real, que é ótima muitas vezes, e aborrecida outras tantas, vamos combinar.
Quanto a padecer, é bobagem.
Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno pra amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar.
Por exemplo?
Ficar de madrugada esperando o filho ou filha adolescente voltar da festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que você não tem a mínima idéia de onde fica.
Aí a barra é pesada, pode crer...
MATERNIDADE È A MISSÂO DE TODA MULHER: mentira !!!
Maternidade não é serviço militar obrigatório!
Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha.
Como já disse o Vinicius: filhos, melhor não tê-los, mas se não tê-los,como sabê-los?
Vinicius era homem e tinha as mesmas dúvidas.
Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência.
Como eu preferi não deixar nada pendente pra a próxima encarnação, vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena nesta vida mesmo, que é pequena mas tem bastante espaço.
Mas acredito piamente que uma mulher pode perfeitamente ser feliz sem filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm umas seis crianças na
barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de Fernando Pessoa.
É difícil, mas acontece.
MAMÃE, EU QUERO: verdade!
Você pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua.
Martha Medeiros

Identifiquei-me com esse texto da Martha Medeiros: acho que sou uma mãe professora pois ensinar não deixa de ser uma forma de exercer a maternidade mas acima de tudo sou mãe irmã: aquela que acompanha 24 horas, que cuida, que dá carinho. Minha filha irmã não me dá trabalho. Jamais precisei ficar de madrugada esperando que ela volte da festa na casa de um amigo que nunca ouvi falar, num sítio que não tenho a mínima idéia de onde fica.Ao contrário, ela vai comigo aos eventos sempre. Cuida de mim também. Só sai se for comigo e por pura opção. Ela tem mais 5 irmãos mas SEMPRE prefere ficar comigo. E eu gosto de estar pertinho dela também, fico mais tranquila, nos adoramos. Aliás, os amigos dizem que estamos sempre coladinhas. E ela tem poder de decisão, talvez mais forte que eu. A última palavra aqui em casa, é a minha: " TÁ BOM, ZEZÊ!
Fafá Bitu

17 de junho de 2011

Ser
 - Claude Bloc -


Ela não tinha mais certeza dos seus últimos passos. Ainda assim, lhe assolava aquela confiança amofinada de que voltara. Era julho, a noite estava fria e a saudade tornava a escorrer pela cidade em tons de cinza. Da mesma forma como a vida que acreditava ter em mãos.

Pouco a pouco, tudo que era música se convertia em suspiros contidos. Tudo que era movimento, não mais podia ter razão de ser. Naquele momento, havia apenas um sentimento - o fato de reconhecer-se só e mesmo assim poder apanhar para si a mais simples verdade: era feliz! 

Considerava que aquela respiração ofegante, ainda era respiração. Mas isso não era um privilégio!  Bastava ser. Ser apenas. Humana! De sonhos e de vento, de sorriso, e de nostalgia. O todo que se torna igual, o pouco que se diferencia. O todo em sua essência, o pouco em sua superfície.

E como a vida, um dia o todo se mostra. Nunca tão simples, nunca tão doce, nunca tão concreto, mas buscando apenas ser. Ser humana!

Claude Bloc 

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De Farias Brito a Manaus

Esse garoto nasceu em Farias Brito, passou uma parte da adolescência em Várzea Alegre, a juventude em Fortaleza. Em Manaus é e será sempre um " bon vivant", um grande profissional, admiro sobretudo a sua fé inabalável!
É por isso que ele está sempre tão de bem com a vida. Vive la vie!
Fafá Bitu

A FOME DO DEPUTADO - Por Mundim do Vale

MOTE.


Sou um menino com fome
Do estado do Ceará
Espero que o Lula-lá
Um dia lembre meu nome.
Eu sei que hoje ele come
Mas não deixa de lembrar,
Que viu a fome matar
Nesse sertão nordestino.
UM DEPUTADO MALINO
MERENDOU EM MEU LUGAR.

O meu pai não possui renda
Nem tem recurso nenhum
Meu único quebra jejum
Era daquela merenda.
Espero que o Lula entenda
Que ninguém pode estudar
Com a barriga a roncar
E a cabeça sem tino.
UM DEPUTADO MALINO
MERENDOU NO MEU LUGAR.

Se não tem o que comer
Nós não vamos pra escola,
Mas eu sei que a corriola
Nada disso quer saber.
Só não consigo entender
É como um parlamentar
Não se acanha de roubar
A merenda de um menino.
UM DEPUTADO MALINO
MERENDOU EM MEU LUGAR.

Além de analfabeto
Sou também subnutrido
Porque não tenho comido
O alimento completo.
Os filhos dele tem teto,
Colégio particular,
Merenda, almoço e jantar
E eu vivo amarelo e fino.
UM DEPUTADO MALINO
MERENDOU EM MEU LUGAR.

Eita! Cabra sem lisura
Aquele que me enganou
Vendeu e não entregou
Merenda na prefeitura.
Vive nadando em fartura
E eu fico sem merendar
Sem coragem de estudar
Lamentando o meu destino.
UM DEPUTADO MALINO
MERENDOU EM MEU LUGAR.

O deputado comeu
Não foi só a parte minha
Foi de uma turma todinha
De pobre assim como eu.
Se o governo nos deu
Ninguém podia tomar.
Mas quem devia ajudar
Fez foi papel de cretino.
UM DEPUTADO MALINO
MERENDOU EM MEU LUGAR.

O deputado em questão
Perseguidor de aluno
Tem diploma de gatuno
Tirado com distinção.
No lugar que põe a mão
Muita coisa há de faltar,
Está querendo imitar
O Capitão Virgulino,
UM DEPUTADO MALINO
MERENDOU EM MEU LUGAR.

Ele se acha amparado
Pela lei da imunidade
Junta com a impunidade
Que envergonha o estado.
Mas esse grande pecado
Um dia ele vai pagar
Porque Deus há de cobrar
No julgamento divino.
UM DEPUTADO MALINO.
MERENDOU EM MEU LUGAR.

Mundim do Vale
Fortaleza-Ceará
 Fotossíntese
- Claude Bloc -


Vivo à luz de( tuas) palavras
À sombra de um sonho
Que não esqueço.
Reflito, 
Como um lago que refrata
A fotossíntese da alma.
Então, as palavras se  tocam,
Nesse céu, sem reflexos
Contornando a noite
Em pleno vôo...
E depois do pouso,
O repouso
O silêncio.

Claude Bloc