12 de junho de 2015

FUI UM TANTO NÔMADE - por João Bitu

FUI UM TANTO NÔMADE

 Nós nascemos no sertão
 Em lugares diferentes
 Estivemos sempre ausentes
 Sem pensar em união
 Assim foi por um tempão.
 Mas eis que surge a “fortuna”
 Para que a mim se una! ...
 Nas Carnaúbas nasci
 Lugar aonde cresci
 E ela nasceu lá no UNA!

 UNA é Espírito Santo.
 -Próximo ao Rio de Janeiro
 Onde moramos primeiro
 Terra de muito encanto
 Como também desencanto.
 Em verdade admitamos
 Dificuldades achamos
 Mas coisas normais da vida!
 Foi a fase mais sofrida
 Logo quando nos casamos!
 Fui estudante no Crato
 Em Várzea-Alegre também
 Sozinho sem mais ninguém
 Foi um tempo meio ingrato
 Sem um mínimo de aparato,
 Amarguei muita tristeza
 Foi um tempo de dureza.
 Residi no Cariri
 Lá quatro anos vivi
 Enfim, moro em Fortaleza.
 A seguir fui para o Rio
 Em busca de novos pastos
 Saltei em Magalhães Bastos
 Lugar um tanto sombrio
 Sem encano e sem brio. ...
 Sofri que foi um horror
 Mas graças ao meu SENHOR
 Fui trabalhar em um Banco
 Próximo à Avenida Rio Branco
 Na rua do Ouvidor.
 Aqui na terra de Iracema
 Onde finalmente estou
 Terminar meus dias vou
 É uma aspiração EXREMA
 Talvez decisão Suprema
 Que rege tudo no mundo,
 Senão algo mais profundo,
 E outra intuição me regre
 E eu termine em Várzea Alegre!
Terra de Papai Raimundo.
 A “Fortuna” de que falo
 Não me deixa ficar solo
 E dela nunca descolo
 É meu incômodo “calo”
 Quando fala eu me calo.
 Coisa que jamais pensei,
 Se isto é certo não sei
 Aprendi a dizer sim
 Desde cedo foi assim
 Tanto é que acostumei.
 Com bastante orgulho até
 No bairro Jacarecanga
 Minha gente ainda manga
 Junto à Vila São José!
 Morei e ali finquei o pé,
 Já fora um bairro famoso
 Bonito e populoso
 Abrigava gente decente
 Da elite, evidente,
 Um povo até orgulhoso.
 Isto eu sempre achei! ...
 -Na Alexandre Baraúna
 Fui morar com a “fortuna”
 Onde alguns anos passei,
 E só então me mudei
 Para onde a gente se baba
 E este meu conto acaba,
 Nosso estimado Montese
 Um ótimo bairro, em que pese,
 Ser menor que Parangaba.
 João Bitu

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