Está fazendo 41 anos que conheci Fortaleza: e eu me transporto para o bairro de Jacarecanga que me recebeu de braços abertos mais exatamente na Rua Adolfo Campelo onde morava meu irmão João Bitu... conquistei uma turma maravilhosa que festejava Santo Antônio( 13 de junho), São João(24 de junho) e São Pedro ( 29 de junho). Era a famosa quadrilha da Fafá Bitu que reunia seus irmãos, as namoradas e os amigos, o som partia exatamente da casa de número 26 onde morava a dona da quadrilha. Sua vizinha Dona Guiomar festejava também o aniversário de sua filha Andréa no dia 13 de junho com uma farta mesa de canjica, pamonha, paçoca, bolo de milho. manzapo, aluá, ao redor de uma fogueira que seu marido Aníbal preparava com muito carinho e atraía os moradores da região. Não era grande coisa, nada de roupa chique como as meninas ostentam hoje nas festas juninas. Começávamos os ensaios em 31 de maio, logo depois da Coroação de Nossa Senhora. Naquela época, íamos à missa nos domingos lá na Igreja dos Navegantes, em frente ao Corpo de Bombeiro, depois curtíamos a praia, sim, a famosa PRAIA DE JACARECANGA que hoje é proibida para banhista. Era uma programação intensa, no sábado íamos passear na Praça do Liceu onde havia uma feirinha e era ponto de encontro das paqueras e namoros. A gente podia ficar até mais tarde e voltávamos para casa em grupo, passando pelas casas antigas da Avenida Filomeno Gomes e Francisco Sá. Conhecíamos todos e éramos respeitados. Na madrugada de sexta havia a famosa serenata do Ernandes. O violão do Evilásio embalava nossas madrugadas e a voz do Cristiano nos acordava felizes.Quanto romantismo naquela época! Comemorávamos o DIA DOS NAMORADOS, sem muita ostentação, nada de shopping, tudo era concentrado no bairro de JACARECANGA onde curti a minha mocidade.
" As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que
aparecem em seus caminhos."
Foi o bairro de Jacarecanga que me acolheu em 1972 e que me traz até hoje as melhores recordações.
João, faz um certo tempo que escrevi esse texto mas sempre repriso pelo valor sentimental que ele tem. Hoje você homenageou a casa da ADOLFO CAMPELO e eu acrescento: naquele tempo a gente era feliz e não sabia. E foi você que me proporcionou tudo isso e tudo na Adolfo Campelo. Eu mereço a dedicatória e agora dedico esse comentário a você que fez uma bela homenagem a nossa querida ADOLFO CAMPELO. Parabéns!
Fafá
Cleide,
A foto me emocionou muito. Lembro que era a sua casa, a de Cícero, a nossa e a de João Bitu. Digo e repito: nesse tempo a gente podia sentar na calçada, ir à praia a pé mesmo, curtir a feirinha sem medo de assalto... é exatamente disso que sinto falta hoje.
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