“GUARDO como se tudo fosse agora
Com bastante clareza ainda lembro
Era uma noite cálida de setembro
Assim pelas vinte e uma horas
Em quarenta e oito e muito embora
Eu já fosse quase um homem feito
Ao ouvir Maria Bethânia, com efeito,
Na voz plangente de Nelson Gonçalves
(Eu estava na Rua Major Joaquim Alves)
Pus-me a chorar não houve outro jeito” .
Com bastante clareza ainda lembro
Era uma noite cálida de setembro
Assim pelas vinte e uma horas
Em quarenta e oito e muito embora
Eu já fosse quase um homem feito
Ao ouvir Maria Bethânia, com efeito,
Na voz plangente de Nelson Gonçalves
(Eu estava na Rua Major Joaquim Alves)
Pus-me a chorar não houve outro jeito” .
A família me mandara para a cidade, Várzea-Alegre
é claro, a terra que amamos de todo coração e donde temos as melhores
recordações, visto que hoje habitamos noutro lugar, embora apenas
físicamente, porquanto, em nossos
pensamentos continuamos residindo
lá o tempo todo. Os meus pais tinham o propósito
de me oferecer boas escolas e esta era a
única forma de iniciar sem maiores dispêndios financeiros, ao alcance de suas disponibilidade
econômicas.
O passo inicial foi dado na escolinha de Dona
Francisca de Romão, “Dona Caixinha”. que se casou com Antonio Alves Costa
“Antonio Diô”, A escolinha
funcionava em sua residência no turno da
tarde. No ano seguinte fui para a escola
de Walquírio Correia, muito em evidência naquela época, cursando o terceiro ano
primário. Ótima escola, o professor bastante eficiente e altamente brincalhão,
sem perder a autoridade necessária à função. Tive ainda uma ligeira
passagem pelo Grupo Escolar, hoje o Colégio Estadual José Correia, na antiga
Rua Getúlio Vargas.
Walquírio Correia foi quem nos levou e matriculou
para prestar exames de Admissão ao Ginásio no Co-
Légio Diocesano de Crato em fins de 1951. Obtive
aprovação e no ano seguinte iniciaria o Curso Ginasial.
Várzea Alegre, todavia, foi e será o meu berço
amado, nada me fará esquecer toda sua beleza natural e esplendorosa vivência em
torno do que se criou com o dia a dia.
A ‘AMPLIFICADORA A VOZ DE VÁRZEA ALEGRE” era o
que havia de mais bonito, útil e saudável na cidade
em termos de entretenimento e alegria.,
A juventude ansiava pela hora em que se iniciavam os seus trabalhos
noturnos com a inesquecível valsa
“BRANCA’, que indicava a abertura de sua
programação musical, anúncios de ocorrências natalícias e outros tantos
acontecimentos sociais. As duas pracinhas existentes, a saber - praça velha e praça nova -recebiam em massa a mocidade que
rodeava em doce desfile de beleza e
ansiedade em seus corações, ao ouvir as músicas tocadas na amplificadora
sob a direção eficiente e alegre de Walquírio, sempre alegre
e criador como costumava ser.
Eram músicas de alto gabarito e bom gosto,
adquiridas a dedo por HAMILTON CORREIA em Fortaleza,
aquelas
que se destacavam nas paradas de sucesso, obras de compositores de valor
e interpretadas igualmente por cantores em destaque.
Entre
tantas melodias inesquecíveis lembremos de “TARDE FRIA’ que ainda me dá
um frio no coração, só em pensar, “A PÉROLA E O RUBI” que de fato era uma
pérola, “MARIA BETHÂNIA”, “PECADO ORIGINAL, ”ROSA”, “SONHEI QUE TU ESTAVAS TÃO
LINDA”. Bom, é Impossível Esquecer.
Vamos ficar por aqui para não dar vez às lágrimas
que já me tocam o coração velho sofrido de tantas recordações.
A melodia abaixo me levou a caminhar
aproximadamente 18 quilômetros de Várzea Alegre até as Carnaúbas para abraçar
meus queridos velhos e amenizar um pouco as saudades.
Curtamos a melodia
IMPOSSIVEL ESQUECER
MARIA BETHANIA
Nelson Gonçalves
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