17 de abril de 2013

A CASA DA ADOLFO CAMPELO - por João Bitu

A CASA DA ADOLFO CAMPELO

Confesso que ainda tenho saudade
Da casinha da Adolfo Campelo
Tudo nela era só simplicidade
Por absoluta falta de zelo.
Os seus cômodos eram apertados
OS  quartos  não eram nem  fechados ,
Mas por ela  eu tinha um certo desvelo

Essa casinha, coincidentemente
Trouxe-me  bons fluidos e muita sorte
Parei de beber definitivamente
Quando lá andava para a morte,
Entregue ao álcool, por ele já vencido
No meio das  más companhias metido
Tinha o  tal  vício como único esporte

Com ajuda de Deus comprei pela Caixa
Aquele humilde teto onde morava
Utilizando a minha rendinha baixa
Investindo primeira vez eu me achava
Com muita vontade e a muito custo
Aproveitando o preço que era justo
Livrei-me do aluguel que pagava

Foi palco de puro ressurgimento,
Deixei de ser alcoólatra inveterado,
Quando sucedeu em feliz momento
Um tratamento em grupo efetuado
No qual muita coisa boa eu aprendi
E para glória minha consegui
A primeira e grande promoção no Estado

Nasceu o nosso filho mais novo
Num imóvel ligado à mansãozinha
Em tudo houve um especial renovo
Para honra e felicidade minha
Sem pretender me fazer misterioso
E nem tão pouco superssticioso
Muito atribuo a doce e amada casinha

E é por isso que sempre quando recordo
De tais coincidências curiosas
Que sejam coincidências não concordo
Creio mais em dádiva milagrosa
Que do Céu para mim foi enviada
Pelo endereço da casa abençoada
Que abrigou minha alma venturosa

João Bitu



Esta poesia vai com endereço especial  para  FÁTIMA BITU que é identificada  com  o cenário e com os fatos que  deram origem à mesma e,  carinhosamente,  para a minha amiga FIDERALINA  que outro dia me perguntou:
 - Qual vai ser a próxima e eu lhe respondi  “DEUS PROVERÁ”.
João Bitu


IMPOSSIVEL ESQUECER
CABOLHA

Nelson Gonçalves










5 comentários:

  1. Está fazendo 41 anos que conheci Fortaleza: e eu me transporto para o bairro de Jacarecanga que me recebeu de braços abertos mais exatamente na Rua Adolfo Campelo onde morava meu irmão João Bitu... conquistei uma turma maravilhosa que festejava Santo Antônio( 13 de junho), São João(24 de junho) e São Pedro ( 29 de junho). Era a famosa quadrilha da Fafá Bitu que reunia seus irmãos, as namoradas e os amigos, o som partia exatamente da casa de número 26 onde morava a dona da quadrilha. Sua vizinha Dona Guiomar festejava também o aniversário de sua filha Andréa no dia 13 de junho com uma farta mesa de canjica, pamonha, paçoca, bolo de milho. manzapo, aluá, ao redor de uma fogueira que seu marido Aníbal preparava com muito carinho e atraía os moradores da região. Não era grande coisa, nada de roupa chique como as meninas ostentam hoje nas festas juninas. Começávamos os ensaios em 31 de maio, logo depois da Coroação de Nossa Senhora. Naquela época, íamos à missa nos domingos lá na Igreja dos Navegantes, em frente ao Corpo de Bombeiro, depois curtíamos a praia, sim, a famosa PRAIA DE JACARECANGA que hoje é proibida para banhista. Era uma programação intensa, no sábado íamos passear na Praça do Liceu onde havia uma feirinha e era ponto de encontro das paqueras e namoros. A gente podia ficar até mais tarde e voltávamos para casa em grupo, passando pelas casas antigas da Avenida Filomeno Gomes e Francisco Sá. Conhecíamos todos e éramos respeitados. Na madrugada de sexta havia a famosa serenata do Ernandes. O violão do Evilásio embalava nossas madrugadas e a voz do Cristiano nos acordava felizes.Quanto romantismo naquela época! Comemorávamos o DIA DOS NAMORADOS, sem muita ostentação, nada de shopping, tudo era concentrado no bairro de JACARECANGA onde curti a minha mocidade.
    " As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que
    aparecem em seus caminhos."
    Foi o bairro de Jacarecanga que me acolheu em 1972 e que me traz até hoje as melhores recordações.
    João, faz um certo tempo que escrevi esse texto mas sempre repriso pelo valor sentimental que ele tem. Hoje você homenageou a casa da ADOLFO CAMPELO e eu acrescento: naquele tempo a gente era feliz e não sabia. E foi você que me proporcionou tudo isso e tudo na Adolfo Campelo. Eu mereço a dedicatória e agora dedico esse comentário a você que fez uma bela homenagem a nossa querida ADOLFO CAMPELO. Parabéns!
    Fafá

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    1. Muito bem! GOSTEI DAS OBSERVAÇÕES e comentários sobre aquela época feliz. Tudo passa mas as saudades permanecem em nossos corações para sempre.

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  2. Sr. João:

    Obrigada pela dedicatória.
    Sua poesia é de um verdadeiro poeta. Aquele que exalta suas lembranças e sabe agradecer por tudo que lhe é concidido.
    Quando a saudade bate
    Ninguém mais pode evitar
    E o que nos resta portanto
    É para todos revelar.
    Relembrando da casinha
    Que todos foram zelar
    E construindo uma vida
    E uma família formar.

    É isso meu amigo.
    Um abraço.Fideralina.

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  3. João, gostei muito do clip CABOCLA. Ao ouvir a música lembro perfeitamente da passagem do padeiro: " Cabocla, seu olhar está me dizendo...olha o pão, Luiz!"

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