Quando eu era um meninote
Entre nove e onze anos
Já guardava nos meus planos
Deixar de ser um pixote
Passar logo a rapazote
E sem nenhum aparato
À homem feito de fato.
-Esforcei-me com vontade
Busquei responsabilidade
E cheguei ao ponto exato.
Logo cedo fui à Escola
Ao alfabeto aprender
Consegui ler e escrever
Distinguir o "B" de bola
Do vizinho “C” de Cola.
Minhas lições todo dia
Guardava e não esquecia
Tive sempre boa memória
Geografia e História
Facilmente eu aprendia
Tinha bom entendimento
Com todos com quem lidava
Prontamente assimilava
A todo e qualquer momento
Fosse qual fosse o invento.
E sempre tive comigo
Afastar-me do inimigo
Assim que fui respeitado
Nunca fui decepcionado
Sem falsa modéstia eu digo!
Fui ao Rio de Janeiro
Pra ficar mas não
fiquei
Em verdade até gostei...
Pra quem é aventureiro
Paraíso verdadeiro!
Violento como está
Eu não quis ficar por lá.
Preferi baixar o facho
Sem dúvida alguma eu acho
Meu lugar é o Ceará
Lá cheguei a ser bancário
Uma boa profissão
Recebia um bom quinhão
Mas tinha existir precário.
Aqui sou funcionário
Há tempo aposentado
Do meu glorioso Estado
Ninguém é melhor que eu
Com a vida que DEUS me deu
Pois sou bem remunerado!
Família constituída
Esposa filhos e netos
Rodeado de afetos
Eu tenho uma boa vida
Bem vivida e merecida
Cheia de felicidade!
Bem contente na verdade
Como e durmo descansado
Meu PAI DO CÉU, obrigado!
VIVAS! ... à terceira idade!
João Bitu