13 de dezembro de 2013

PAUSA PARA MEDITAÇÃO - por João Bitu

PAUSA PARA MEDITAÇÃO

 

É deveras impressionante como a ação dos tempos impõe modificações nos hábitos e costumes das pessoas, contribuindo para transformar e, por  vezes, aprimorar o relacionamento entre jovens e adultos, notadamente, à proporção em que no dia a dia os fatos vão ocorrendo alheios às nossas pretensões. Tudo se modifica ao mesmo tempo em que nos transformamos também, à mercê de comportamentos indiferentes aos princípios de nossa origem de vida, tais como nos foram legados por nossos ancestrais. É como se tudo precisasse ser mudado e uma atualização se fizesse necessária em nossa existência. Só que, entendo serem estas atualizações procedidas de maneira um tanto precipitada.

Não atentamos para determinadas atitudes ousadas no tratamento que dispensamos aos nossos semelhantes de idades mais avançadas. As pessoas mais idosas perdem gradativamente o direito de serem respeitadas como tais. A juventude não tem sido preparada por seus superiores para conservar o respeito e a obediência a quem de direito. As coisas, em geral, não são mais como antigamente.

Será que tudo o que acontece é para melhorar a vida gente? A modernização que se opera em nosso cotidiano será mesmo um corretivo ou estímulo para aperfeiçoar os atuais usos e costumes?  Tudo mesmo?

Certo é que há uma enorme diferença entre a atualidade e o passado.  Estamos completamente diferentes de outrora, na maneira de vestir, na forma de como nos comunicar com o próximo, em como conquistar amizades e saber conservá-las e, como já fiz referência acima, dispensar o respeito e admiração aos nossos concidadãos que alcançaram a honrosa terceira idade com sacrifício, com luta e com amor.  Alias, dizia-me um amigo, “ficar velho até que é muito bom, difícil mesmo é ser velho”. Todos nós sonhamos e almejamos viver bastante, assistir o nascimento e crescimento de filhos, netos, bisnetos e mais aderentes na plenitude de nossa saúde e bem estar. Mas “caducar” não... só  se for no sentido de brincar, acariciar e bajular os descendentes.

Entre os doze e vinte anos de idade, no ápice da adolescência, experimentei uma fase de acentuada timidez, ao ponto de me tornar portador de enorme complexo de inferioridade. Tudo era belo ao meu redor, menos eu. Todos mereciam afeição, admiração, cobiça pessoal, menos eu. Custei a superar certos preconceitos, enfim consegui quase totalmente, graças a repetidos acontecimentos merecedores de uma melhor análise e reflexão. Os tempos se encarregaram, realmente, de nos transformar a qualquer custo.

Lentamente fui amadurecendo e enriquecendo meus propósitos de vida, alterando idéias e pretensões pessoais. Começava a surgir uma nova perspectiva e razão de ser. Comecei a aprender com os próprios erros cometidos ao longo da existência. E como aprendi?

Recentemente, por telefone, conversava com uma de minhas melhores amigas, daquele saudoso e longínquo passado e lembrava que a nossa amizade fora imensa, altamente saudável e duradoura” e acrescentava: Só não fomos namorados  porque eu achava que  você não me queria, ao que ela respondeu:  Porque é que você pensava assim?.

Ora, diante de minha timidez e como nos comportávamos na ocasião, era assim que as coisas aconteciam. Faltava iniciativa entre os dois e mais que isto, receio, medo de levar uma mala.

Quem sabe se um grande amor não existia e o temor e falta de coragem não o deixaram vingar? Tudo é possível,

Não teria sido melhor se tivesse havido ousadia e não timidez entre ambos?

DEUS o sabe e é por sua vontade permissiva que o tempo se encarrega de tudo, convenhamos. Deixemos as coisas acontecer como ELE o desejar.

Tudo passa sobre a Terra – disse José de Alencar,

 

João Bitu

 

 

 

 

 

 

Um comentário:

  1. O meu texto é apenas um simples ponto de vista. Um conto sem outro objetivo senão lembrar passagens acolá de minha vida. Não pretendo de forma alguma discutir isto ou aquilo.. A idade já me faz fugir de maiores compromissos.
    Nada de polêmicas!.
    Obrigado pela sugestão.

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