24 de fevereiro de 2014

Mulher de 60

 
 
 
Desde  a tenra infância, fui acostumada a ouvir as pessoas discordarem da minha insistência em estudar mesmo com dificuldade, sendo transportada para a escola pelo irmão numa bicicleta. Esse meu protetor não se contentou e me encorajou a andar de bicicleta. Era minha primeira conquista.
 
Aos 18 anos, uma alma gêmea me trouxe de férias para umas férias. Conheci o mar, numa festa um ortopedista me encorajou a fazer uma cirurgia na perna. Foi um ano de luta nos hospitais e clínicas de fisioterapia. Usei aparelho ortopédico por um ano  e voltei a minha cidade para grande alegria de meus pais. Não esquecerei nunca do brilho nos olhos de meus pais me vendo caminhar sozinha sem cair.
 
Hoje aos 60 anos sou aposentada e optei por  criar um blog e contar toda essa história que não canso de repetir. Ainda sou professora de Francês e tradutora quando me convém. Adoro um teclado, me sinto feliz escrevendo, isso mostra que  podemos chegar à última fase da vida de uma maneira digna, plena e ainda mais feliz.
 
Sou aquela celibatária, às vezes intransigente: acho perdoável: carrego ese estigma de menina batalhadora que venceu grandes obstáculos. Quem acompanhou de perto sabe que se eu não escrever o que  sinto, posso correr o risco de ser uma velhinha intransigente.. Claro que sim. Então, essas não são próprias da velhice, mas sim da pessoa, que se não cuidar a tempo será uma criatura insuportável. Acho que cumpro uma missão aqui:  despertar nas pessoas algum sentimento positivo e me preparar   para viver a TERCEIRA IDADE com tranquilidade.






 
 

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