10 de janeiro de 2015

Pobre-diabo - por Luiz Lisboa

---------------------------Pobre-diabo----------------------
 Natural do sanharol
 Da Várzea-Alegre atual
 Admirava o carnaval
 Mas tinha que ficar só
 A timidez era pior
 Uma ruim companheira
 Tinha medo de ir na feira
 Só saia com a vovó
 Tinha inchado o mocotó
 Canela fina e barrigudo
 Mais velho e o mais meudo
 O povo até tinha dó
 Magro era pele osso e pó
 Com um olhar de coruja
 A camisa de saco e suja
 E um cinto de cipó
 Depois que fiquei maio
 Já carregava os dezenove
 Corri feito um automóvel
 Procurando vida melhor
 Agora independente
 Completo de alegria
 Mas me vem a nostalgia
 Do tempo que tinha dentes
 Mesmo só com os da frente
 E parecendo um gastor
Isso ainda tem valor
 Para me deixar contente
 E melhor que muita gente
 Consigo roer um pequi
 Pra lembrar do Cariri
 E um pouco mais à frente
 Ver o alto do Tenente
 Ficar olhando a lagoa
 Dizer que LUIZ LISBOA
 Não quero ficar ausente
E na hora da minha partida
 Quero que a última saída
 Seja da capela de São Vicente.

 Luiz Lisboa,e Adamastor narrando o enterro,"quebra a direita, ,passa em frente a Matriz, dobra a esquina de Zé Bitu, passa pelo cruzeiro,chora um menino, lateral da capela de Santo Antônio e agora chegando ao cemitério da saudade, abre o portão joga na cova, um resmungo e 3 ou 4 pás de terra,pronto tá plantado...

 

3 comentários:

  1. Fátima , vc já ouviu o Adamastor Pitaco narrando um enterro,assim me vi um dia no futuro,saindo da capela de São Vicente até o cemitério da saudade.

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  2. Vi e achei intressante mas não dobra mais o beco de Zé Bitu. O percurso é biem outro. Coisas de Várzea Alegre que a gente precisa aceitar, rs. Mudanças e mudanças, doa a quem doer.

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  3. Além de TERRA DOS CONTRASTES agora digo mais TERRA SEM MEMÓRIA.

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