10 de novembro de 2012

2 x 30 - por Fafá Bitu


 

Ainda não cheguei aos 60 anos mas estou prestes, minhas amigas todas festejando o 2 vezes 30 e eu ansiosa, afinal, estou com quase 59. Sinto-me uma adolescente esperando a grande data. Parece até que vou debutar e fico me perguntando: onde foram parar todos esses anos?

Às vezes volto ao tempo daquela menina assustada que chegou no EDUCANDÁRIO SANTA INÊS enfrentando colegas da pesada, revejo também aquela professorinha ingênua que enfrentou sua primeira turma. Ainda sou aquela irmã aflita que viu seus irmãos saírem para estudar fora, casar e eu sabendo que não teria a menor condição de sair de perto de meus pais. Passei  pela tal crise dos 30, mas estava ocupada demais com meus livros, já pensando no meu futuro. Aos 45  alimentei o sonho da famosa viagem à França.

Os 50   me encontraram já chegando à aposentadoria e cuidando da minha irmã com Alzheimer. Fiquei tão absorvida diante de tanta responsabilidade que nem notei a passagem da menopausa e da aposentadoria.

Agora aos 58 anos, me pergunto onde está a coroa que eu esperava ser nessa idade e onde se escondeu aquela jovem sonhadora que me olhava do espelho todas as manhãs....
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Passei por 3 reformas ortográficas e tive de aprender a nova linguagem do computador e da internet. Continuo fazendo  tradução, faço montagens, pesquiso muito e virei blogueira formando um grupo com quem  componho a minha história
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Não me sinto diferente do que era há alguns anos, continuo tendo sonhos, projetos, faço caminhadas matinais com minha irmã Zezê,  me alimento moderadamente e durmo bem, gosto de fotografia, música, leio muito e viajo para os lugares que um dia sonhei conhecer.

Desde que me aposentei como professora de francês, faço tradução quando me é conveniente e se o assunto me interessar.

Cuido de mim, da minha aparência, deixei de usar óculos(13 e 15 graus) graças à famosa redução de miopia.Há marcas do tempo, e não somente rugas e uns quilos a mais, mas também cicatrizes na perna esquerda vitimada da poliomielite.

Ah!  Dos meus 58 anos?

Certamente o saldo é positivo, com muitas dúvidas e apenas uma certeza: tenho mais passado que futuro e vivo o presente intensamente:  a TPM passou a significar “Tranquilidade Pós-Menopausa”.

Os familiares e amigos que o digam.





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