28 de maio de 2013

RABISCOS DE SAUDADES - por João Bitu

Sempre no curso de junho e dezembro
Quando se me abriam as portas das férias
Era como se acabassem as coisas sérias
-Havidas de fevereiro a maio,  lembro,
Igualmente de  agosto  a novembro-,
E o colosso das férias nos acatasse
E a canseira escolar nos deixasse
Aos braços agradáveis do repouso
Dum ano letivo árduo e custoso
E que nada mais nos importasse

Uma contundente alegria me assiste
Mesmo antes que a paz me integre
Com esmero às delícias de Várzea Alegre
Quando tão só alegria ali existe
E por todas as férias subsiste
Parece um paraíso de fato
Sossego, paz e muito aparato
No meio de meus bons amigos
Uma só coisinha  mexe comigo
A indisfarçável saudade de  Crato !

Como era bom estar em nossa terra
Ao sentir o seu natural perfume
Reassumir com afeto os seus costumes
Rever as suas árvores por entre as serras
Até onde a nossa vista encerra.
Assim foi em minha adolescência
De que guardo até hoje sua essência
Com ternura, amor e muita emoção
Bem no íntimo de meu coração
Como o ápice de minha existência

Furtivas serestas feitas com amor
 Sem conhecimento de meus velhos
Que não obstante ouvir os seus conselhos
Fazia ouvido de mercador
E as realizava sem temo
Depois dumas doses de Paraty.
Tarde Fria e a Pérola e o Ruby
Naquela época as mais solicitadas
Eram  as canções então mais cantadas 
Na voz inconfundível de Cauby

E também igualmente sedutora
De Capiba, compositor de primeira
Tocava quase a noite inteira   
Nos auto falantes  da Amplificadora     
A novidade mais comovedora.
Era duma audiência tamanha
Trazia recordações instantâneas
Enchia a todos de perplexidade
Proporcionado muita saudade
-Com a música Maria Betânia

Quanta saudade  hoje eu tenho
Daquelas ousadas aventuras
Que para mim eram meras bravuras
Que as praticava sem o menor empenho!
Hoje, entretanto, só as desdenho,
Pelas noitadas tão inconseqüentes
Afora isto digo francamente
Sinto agora uma saudade malvada.
-Como queria em minha terrinha amada
Gozar umas férias novamente!.

João Bitu
IMPOSSÍVEL ESQUECER
FELICIDADE

                                                                        Agostinho dos Santos
                                                                           A





3 comentários:

  1. Sr. João:

    De acordo com a minha irmã: LISIEUX; que já nos deixou, SAUDADE não se mata - VIVE-SE!
    A sua poesia está bem viva na sua memória e isso faz muito bem ao EGO. Continue escrevendo o que lhe vem na alma e nos presentei com alguns minutos de lazer com a leitura de suas poesias.Recordar tudo que já viveu, que já lhe deu alegria, merece ser externado sim!
    Faça sempre, não deixe escapar seus sentimentos e suas recordações revivendo momentos agradáveis ou às vezes involutários, mas faz parte!
    Abraços Fideralina.

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  2. Sr.João:

    De acordo com Fideralina: leia novamente tudo que ela escreveu,muda só o final, o nome.
    Abraço Luiz Lisboa.

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  3. Lisboa,

    Tenho muito orgulho quando vejo tais comentários, sou suspeita para elogiar mas lhe digo do fundo do meu coração: sou grata a vocês por prestigiarem o trabalho do meu irmão. E digo mais: ele é muito mais poeta pessoalmente, com seu carisma. Pergunte a Vicente Almeida que ele vai confirmar o que acabo de dizer. Qualquer dúvida, pergunte também a Fideralina que o conhece bem mais ainda. Abraço Fafá

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