18 de outubro de 2014
DIA DO MÉDICO - por Sávio Pinheiro
DIA DO MÉDICO
(ainda atual)
Abaixo de Deus...
Só o senhor, doutor!
No meu recatado universo hipocrático, percebo no dia do médico um sentimento diferente dispensado pelas instituições de saúde aos possuidores da milenar arte de curar como não havia jamais acontecido.
Sinto, comovido, como se pulverizou o sentimentalismo que transmitia ao esculápio uma postura mística, profissional, social e individual, digna, e que fazia do profissional da medicina uma figura quase que enigmática. Não que o médico queira ou detenha essa marca, mas por uma cultura imposta milenarmente pelo imaginário popular.
O misticismo da medicina entrou em decadência quando a sociedade, através dos meios de comunicação e orientações educativas, teve acesso as informações e aos métodos científicos empregados, o que foi bastante benéfico para a população. Todavia, a decadência dos demais atributos ousa acontecer de forma mais contundente.
A maneira desrespeitosa e assustadora que as esferas governamentais estão dispensando a esse segmento profissional dissemina-se sobre a sociedade de modo equivocado produzindo uma cobrança social exagerada, cuja solução não está sendo devidamente planejada ou executada. Há muito, o setor saúde deixou o posto de prioridade.
A profissão de médico perde o encanto num momento em que todos se acham sê-lo, vez em quando ou toda vez, devido a uma banalização profissional impetrada decorrente da crescente carência de profissionais e da diminuta oferta de serviços, favorecendo, sobremaneira, o descontentamento agressivo de uma demanda reprimida. Daí, os discípulos de Hipócrates rezarem uníssonos:
- Oh, quão ingrata és tu, plêiade respeitosa, que nos desprezais!
No mais, só nos resta, para o sossego da nossa já tão deteriorada autoestima, o consolo da magnífica pérola de domínio público, que nos coloca no segundo escalão da existência universal:
Abaixo de Deus...
Só o senhor, doutor!
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Estou aqui parabenizando o médico pelo seu dia. Não tive oportunidade de ver seu trabalho de perto por morarmos distante mas só tenho elogios de seu trabalho acima de tudo humanitário. Curto o amigo, o cordelista, o poeta... tenho muito orgulho desse meu conterrâneo. Abraço Fafá.
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