9 de novembro de 2013

A Emoção de Receber Uma Carta










Uma carta. Isso mesmo, uma carta! Quanto tempo faz que você não recebe? Eu não tenho ideia de quando foi a última  que recebi, mas certamente foi  há décadas. Lembro-me da emoção que ela provocava em mim ao recebê-la... Nunca sabíamos o que estava escrito, mas precisávamos saber e por fim, à nossa emoção, fosse ela agradável ou desagradável. O hábito não existe mais, hoje utilizamos o frio e morto e-mail.

Nela vinha impressa a nossa caligrafia que poderíamos, através dela, descobrir o estado emocional de quem a escrevia. A carta de amor devia conter algo seu, um perfume, a marca de um beijo ou mesmo a mancha de uma solitária lágrima. A quantidade de vírgulas denunciava o estado de emoção do ou da missivista. Relia-se várias vezes tentando descobrir alguma coisa escondida nas entrelinhas...
Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir nunca se casaram, mas juraram devoção um ao outro e o legado que deixaram em cartas é de um valor inestimável. Não se escrevem mais cartas, o que é uma pena. Freud e Jung, também se comunicavam por cartas que se tornaram famosas. Max Brod amigo e biógrafo de Franz Kafka também se comunicava com o escritor judeu de Praga por cartas e o próprio Kafka publicou várias de suas cartas em livro, como Cartas à Josefina e Cartas ao pai. Além de ser um excelente exercício motor, já foi comprovado que escrever à mão ativa o cérebro.
Francisco Gonçalves de Oliveira

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Ah gente, com toda liberdade de expressão que tenho com  Francisco, decidi postar esse texto sem sua autorização. É como se eu tivesse voltando ao passado, acabo de ler e meu destino.  é comentar algo como nos velhos tempos. Se não for  agora, a emoção se vai.E  sou movida a emoção.       

Lembro da ansiedade pela passagem do carteiro - a figura mais esperada do dia. Às vezes nem vinha nada mas só a expectativa já era tudo....e quando chegava em nossas mãos , a ansiedade para saber de quem era e do que se tratava, mon Dieu!. O mundo da internet desvirtuou nossas emoções. Já havia pensado.....uma frase escrita à mão, a gente sabendo quem escreveu e sentindo até a letra tremida nos dizia quase tudo. Depois era só fechar o envelope guardar com carinho abrindo mil vezes para sentir mais emoção. 

Desconheço emoção maior que receber uma carta daquela pessoa que você tanto curte. Isso aconteceu muito na minha juventude. Infelizmente não se escreve mais cartas como antigamente. Sinto falta desse tempo.
Fátima Bitu








3 comentários:

  1. Após escrita pegava-se o envelope, via aéreo, e lentamente passava a língua na cola que havia na borda do lacre do envelope, girando a cabeça de um lado ao outro imaginando a emoção do destinatário ao recebê-la... Tempo bom! Ontem recebemos uma carta de uma sobrinha de minha mulher que mora no sul e foi essa carta que me inspirou a escrever o texto que Fafá postou acima.

    Seu texto, complementar ficou excelente!

    Parabéns e obrigado pelo apoio.

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  2. Você me inspirou, só vai assim. Gostei muito, volte sempre. Abraço

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  3. Concordo com o amigo Francisco Gonçalves e tudo que Fafá escreveu.
    Sinto também a falta de cartas ou seja: mensagens enviadas pelos CORREIOS!
    Havia emoção e muita satisfação já ao abrir o envelope.
    Abraços.

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