Um segundo, apenas,
Só para contemplar esse segredo
Vislumbrar os códigos secretos
Surfar na luz plena de todas as verdades
Mesmo que se revelassem somente delírios
Sem que a profundidade se confirmasse
Ou fosse o que se afirma na superfície
Suavemente, como um jardim de plumas
Tão evidente como a paisagem
Tornando vã toda a ansiedade de passeio pela transcendência
A inatingível dimensão onde habitam a bondade e a perfeição
Onde está a resposta da primeira luz
E antes? Ah, essa inquietação sem freio, vã ansiedade oportunista
Delirar sobre o tempo, sobre o vento, as estrelas, o ontem
Querer confrontar-se com o impalpável
Declinar do confortável véu da ilusão
Ah, esse desejo infindo de saber, de por as mãos na essência do impossível
Cavalgar sob o dorso invisível da inerência
Um segundo seria o bastante
Pois, se é que existe esse segredo, uma vez visto,
Naquele instantâneo e mágico segundo,
O tempo estaria congelado eternamente
Porque a verdade se perenizaria na gnose
E veríamos, por fim, a extremidade
Que nos puxa para a recomposição do silêncio
Mas que ainda tateia na efervescência barulhenta do caos
Paulo Viana
Nesses códigos secretos me emaranho, e secretamente me embrenho num mágico segundo de minha lúcida consciência...
ResponderExcluirConheço esse silêncio e nele me delicio com as mil facetas de um segredo externado, reprisado, vencido.
Abraço,
Claude
Claude, agora faço como meu velho pai que era de uma humildade fora de série: Os poemas de Paulo são bonitos mas muito profundos e "eu me acanho de responder, tenho medo de não fazer bonito"(palavras de meu pai). Obrigada pela visita, apareça sempre,
ResponderExcluirFafá
Paulinho,me enrolo com esses códigos secretos mas me delicio com teu jeito elitizado de narrar o teu silêncio. Parabéns sempre,
ResponderExcluirFafá Bitu