28 de agosto de 2012

Várzea Alegre não é mais aquela - por João Bitu





VÁRZEA-ALEGRE NÃO É MAIS AQUELA
Fui matar a minha enorme saudade
No torrão onde há tempos fui nascido
Coisa muita já havia esquecido
Outras foram já p’ra eternidade.
Deparei-me com muita novidade
Quase tudo encontrei modificado
Senti só que de fato tinha chegado, 

Em minha amada terra Natal
Várzea Alegre, - quando avistei afinal
A Igreja - onde nada foi mudado!

Lindos prédios residenciais
Novas praças e a rede hoteleira
Ampliada em moldes de primeira
Assim como centros comerciais
Com novidades muito especiais!
Casas que sofreram demolições
Ruas com outras denominações
Logradouros de valor profundo
Como na ex Lagoa de São Raimundo
Com inúmeras transformações

Mudanças houve naturalmente
Muita coisa para melhor, é claro
Bem surpreso me senti, não reparo
Só reparo que sou unicamente
Culpado, dada a ausência evidente.
Contarei a grosso modo apenas
Umas passagens em meio a dezenas;
Exaltando com emoção verdadeira
E versejar, porém de brincadeira
Ao criar inimagináveis cenas

Cheguei a ficar um tanto areado
Com a cabeça até meio confusa
Por não achar o Bar de Zé de Zuza
Onde fui da sinuca um viciado
Fiquei mesmo um tanto abalado
Pelo enorme calor que lá fazia
Tomaria banho até numa bacia
Pois não existe mais o balneário
No porão de Vicente Cesário
Nem sequer a sua barbearia

Os contrastes aos poucos vão sumindo
Dando vez tão somente ao progresso
Ensejando assim o seu ingresso
Entre meios que também vão emergindo.
Visivelmente está se distinguindo
Como sendo um lugar cobiçado
Promissor e muito bem situado
Sob um Céu de lindíssima cor azul
Bem no meio da Região Centro Sul
A mais bela cidade em nosso Estado

Abracei com alegria bons amigos
Que fazia tempo não encontrava
Com bastante saudade já estava
Das aventuras nos tempos antigos
Quando não sabia o que eram perigos.
Muita coisa hoje difere do inicial
Não se encontra na rua principal
E nem mesmo na adjacência
Sequer uma única residência
Que conserve a fachada original

João Bitu


                                                     




3 comentários:

  1. João Bitu a Várzea Alegre visitou
    Que com saudade quiz verificar
    E para a emoção não lhe abalar
    Disse apenas que lá tudo mudou.
    O que um dia por lá praticou
    Foi esquecido deixando saudade
    Ficando pra trás a idoneidade
    De uma cidade que era divertida
    E que hoje se encontra revestida
    Sem que nós possamos reclamar.

    A Igreja não mudou, é verdade
    No local ela ainda permanece.
    Isolada de toda a quermece
    Que o povo frequenta com lealdade
    Exibindo toda uma vaidade
    Reencontrando os amigos de infância
    Abraçando-os com toda confiança
    Relembrando ainda a juventude
    Demonstrando ser homem de atitude
    Que de tudo só lhe restou a saudade!

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  2. Oba! Lá veio ela com alma, alegria e capacidade me escrever em versos bem escritos sobre nossa viagem, nossa poesia e nossa bela Várzea Alegre, que deixeo com muito mais saudades do antes de ir.
    A cidade cresceu, desenvouveu. Os homens, verdade seja dita, trabalaram com disposição e bom gosto em seu engrandecimento.
    Voltei feliz. A casa que não é mais nossa transformou-se numa parcela de orgulho para a cidade.

    Salve Várzea Alegre!
    João Bitu

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