A FESTA DE VÁRZEA ALEGRE POR VICENTE ALMEIDA
A Paróquia de São Raimundo Nonato na cidade de Várzea Alegre CE. É motivo de orgulho para o povo varzealegrense, que há 149 anos ininterruptos, realiza a festa anual do seu Padroeiro. Nesse período a cidade recebe muitos visitantes.
Seus filhos que passaram a residir em outras áreas geográficas vêm para participar das comemorações, ali permanecendo e aproveitando para visitar parentes e amigos.
Matar as saudades é o que mais querem, e sempre que chegam se deparam com nova roupagem na cidade. Observam que ela cresceu bastante; novos parentes, novas ruas e novas atividades no setor produtivo. Enfim o progresso é notado e eles se orgulham de ter Várzea Alegre como seu berço.
Por ocasião dos festejos anuais do seu Padroeiro naquela Paróquia, criada em 30/11/1863 por D. Antônio dos Santos, primeiro bispo do Ceará, muita gente é atraída para a SALVA DO MEIO DIA.
Para conferir a beleza do ato no dia 22 de Agosto viajamos até aquela cidade. Em lá chegando, inicialmente visitamos a casa do meu inesquecível amigo José André de Morais, de saudosa memória, onde encontramos sua esposa D. Tonha e seus filhos Dinha, João e Raimundo, de quem tivemos acolhedora recepção. Daí seguimos para a bela chácara do casal Menezes/Micaelly, onde nos receberam com uma alegria contagiante, e lá aguardamos a hora da SALVA DO MEIO DIA, que claro, seria ao meio dia.
Às 11h45min nos encaminhamos para a Matriz cujo pátio estava festivamente engalanado.
Logo percebi que a SALVA DO MEIO DIA é um momento histórico de grande alegria para o povo varzealegrense. A igreja Matriz se enche de devotos, curiosos e visitantes. É um Magnífico Cenário.
Fiquei sabendo que durante os dez dias de festas, ao meio dia, na porta lateral, o Padre Mota, ali radicado há 43 anos, inicia o seu relatório financeiro e religioso das atividades festivas. A cada interrupção do relatório, a banda de musica, postada no pátio ao lado direito da Matriz, composta por 26 pessoas (homens e mulheres) dentre elas; crianças de 12 anos e homens de até 70 executava um dobrado com a maestria de grandes músicos.
O som do dobrado se eleva aos céus como uma prece e eu senti naquele momento, mais uma vez, a demonstração do grande amor do criador com suas criaturas. Vi a explosão dos foguetes festivos, subindo, rasgando o espaço, diria até, furando a barriga do céu e explodindo no ar como a gritar nossos pensamentos: “SENHOR, estamos aqui, cuida de nós, concede-nos a capacidade de te amar cada vez mais”.
Olhei para o semblante dos componentes daquela banda e vi estampado em seu olhar à imensa alegria com que dedilhava cada instrumento. Ali estava eles externando através do som o seu sentimento de amor, a sua satisfação.
Um fotógrafo se postava em cada canto, desejando registrar o histórico e inesquecível momento. O sol do meio dia era abrasador, mas isto não inibia a presença de muita gente e ninguém se preocupava em procurar sombra, mesmo por que o interior da igreja já estava lotado. O povo queria mesmo era ver quem estava tocando e ouvir de perto aqueles dobrados memoráveis.
Após a SALVA DO MEIO DIA, participamos da Hora da Graça, com o santíssimo circulando entre os fiéis.
Ao encerrar o ritual, fiquei deslumbrado e quis ficar um pouco mais naquele ambiente sublime e majestoso. Valia a pena se demorar um pouco dentro daquela igreja, pois observava atentamente o semblante do povo, honrado com graças alcançadas. Sentíamos como se raios luminosos e invisíveis envolvessem cada um dos presentes, pois via no seu olhar uma paz indescritível.
E o seu Vigário é daqueles que se preocupa com o bem estar da sua comunidade, pois observei que naquela Igreja-Matriz todos os bancos têm assentos e encostos estofados e macios.
A SALVA DO MEIO DIA, todo ano é muito exaltada em prosa e versos por muitos habitantes do lugar, e eu encantado com suas narrativas, não me contendo fui ver de perto. Fiquei deslumbrado e até arrisquei fazer umas quadrinhas.
A grande família varzealegrense está de parabéns, merece o destaque.
Finalmente após um lauto banquete oferecido por nossos anfitriões regressamos ao Crato.
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Vai todo mundo faceiro
Feliz, alegre, contente.
Menino vai tanta gente
Ver São Raimundo Nonato
O que eles querem de fato
E curtir com alegria
Momentos de harmonia
Na festa do padroeiro
Vai gente do Juazeiro
PRA SALVA DO MEIO DIA.
Eu é que não vou ficar
Feito bobo aqui no Crato
Vendo todo o aparato
Se deslocando prá lá
E não vou me demorar
Pois to vendo a correria
Vou entrar na romaria
Quero é poder contar
O que foi que vi por lá
NA SALVA DO MEIO DIA.
Fiquei com muita vontade
Pra conhecer a festança
Guardar na minha lembrança
E relembrar com saudade
O bloco da amizade
E contar no dia a dia
Por toda essa freguesia
Que São Raimundo Nonato
É merecedor de fato
DA SALVA DO MEIO DIA.
Escrito por Vicente Almeida
30/08/2012
Sinto orgulho do que você escreveu sobre a FESTA DE SÃO RAIMUNDO. Obrigada,
ResponderExcluirFátima