13 de maio de 2011

Observador do Invisível

Contemplo o silêncio da imensidão escura
Minha perplexidade é alvo das estrelas
Um sentimento profundo de pequenez me atormenta
Bebo a escuridão como se fosse um elixir do improvável
Um confortável sinal da presença espiritual no mundo
Não há limites para a imaginação, para o adentrar-se a universos sombrios
Tenho me recriado a todo instante, me recolocando no espaço cósmico
Nessa inacreditável história de se estar na subseqüência de presentes
Ás vezes sou apenas experimento do caos, outras, desenho espiritual do movimento
E em muitos outros momentos, um solitário observador do invisível
Como se esperasse um lampejo de luz , que pudesse clarear meu próprio sol
Sou ave de um céu inimaginável, flutuante fragmento de uma explosão distante
Um pedaço de nada, vagante, sem fado, pedra faminta de gravidade
Um grão de luz, acesa por um lanterneiro chamado amor
Fagulha pensante, que elege os momentos como únicos
Urgentes oportunidades para triturar o universo e sugar seu néctar
Tragar sua essência, sorver sua lógica, engolir de vez sua razão de ser
Mas o silêncio sideral sempre reverbera em mim
Talvez cada um de nós seja essa ilha universal
Esse reverberador do todo, que se fragmentou na consciência da própria finitude


Paulo Viana

5 comentários:

  1. Paulo Viana sempre dá um show de poesia.

    Ele mesmo afirma que "não há limites para a imaginação". Acredito nessas palavras quando postas aos nossos olhos "num lampejo de luz"...

    Daí nos lançarmos nesse mar de lirismo como "fagulha pensante, que elege os momentos como únicos"

    Abraço, Paulo.

    Claude

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  2. Claude, isso é coisa de poeta, sempre dando seu show e com a maior simplicidade desse mundo.
    Aliás são 2 assim: Mundim e Paulo.Difícil analisar qual dos 2 é melhor, prefiro dizer que cada qual tem seu estilo particular que eu amo.Sou suspeita para elogiar porque gosto muito dos dois, aliás é um bem querer inexplicável. Fiquei triste ontem quando o blog sumiu, pensei logo nas pérolas que eu ia perder. Deus é justo, tudo se normalizou.Abraço, Fafá

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  3. Paulo, fiquei pensando que não ia mais ver suas " raridades poéticas" quando o blog sumiu. Fiquei tão saudosa que fui te procurar no facebook mas ainda não sei navegar ali. Ainda bem que você ficou me dando notícia por e-mail. Obrigada pela atenção e por estar diante de mais uma de suas pérolas poéticas. Abraço da sua fã Fafá

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  4. Você e Claude são sempre muito gentis comigo. Fico muito grato pela receptividade dos poemas e os comentários que vocês fazem. Para mim é um grande estímulo.
    Grande abraço.

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  5. Não é gentileza, Paulo, é reconhecer a perfeição da sua poesia, até comentei com Claude também sobre sua simplicidade. Naquele tempo do Equipe você já escrevia algo assim e não divulgava, acredito. A turma te achava inteligente e ao mesmo tempo tempo um pouco fechado. Ernandes e Roiz ainda no Liceu sempre elogiaram seu jeito simples de ser.Ninguém nota a sua grandeza só de olhar porque você não esnoba ninguém, fica na sua....escrevendo belas páginas poéticas e eu aqui te admirando virtualmente. Nem parece que moramos na mesma cidade.Abraço,
    Fafá

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