Menino de Rua, garoto indigente,
Infante carente,
Não sabe aonde vai
Menino de rua, assim maltrapilho
De quem tu és filho
Onde anda o teu Pai?
Tu vagas incerto, não achas abrigo
Exposto ao perigo
De um drama de horror
É sobre a sarjeta que dormes teu sono
No grande abandono
Não tens protetor,
Meu Deus! Que tristeza! Que vida esta tua
Menino de Rua
Tu andas em vão
Ninguém te conhece, nem sabe o teu nome
Com frio e com fome
Sem roupa e sem pão
Ao léo do desprezo, dormes ao relento
O teu sofrimento
Não posso julgar
Ninguém te auxilía, ninguém de consola
Cadê tua escola,
Teus pais e teu lar
Seguindo constante, teu duro caminho
Tu vives sozinho
Não és de ninguém
As vezes pensando na vida que levas
Te ocultas nas trevas
Com medo de alguém
Assim continuas de noite e de dia
Não tens alegria
Não cantas nem ris
No caos de incerteza que o seu mundo encerra
Os grandes da terra
Não zelam por ti
Teus olhos demonstram a dor, a tristeza
Miséria, pobreza
E cruéis privações
Enquanto estas dores tu vives penando,
Vão ricos roubando
Milhões e milhões
Garoto eu desejo que invés deste inferno
Tu tenhas caderno
Também professor
Menino de Rua de ti não me esqueço
E aqui te ofereço
Meu canto de dor.
Patativa do Assaré
Diário do Nordeste / 11.10.99
Postado por João Bitu
... Aí eu disse:
ResponderExcluirJoão Bitu:
Este Nordestino conheceu muito bem a trajatório do abandono, do sofrimento e da dor.
Patativa do Assaré, nosso vizinho cantou e decantou a vida do desagregado.
Este poema reflete a dura realidade da pobreza que naquele tempo, o fato de ser pobre raiava o beiral da amargura.
Um grande abraço