7 de março de 2014

Gosto de ser sessentona.

 
 
 
 
Não troco minha vida de hoje pela de 10 anos atrás sinto que sou mais amável comigo mesma e não me faço cobrança como antigamente. Cada dia entendo que meu maior amigo sou eu mesma. A gente se dá tão bem.
 
Aos 60 anos sinto-me mais amável comigo mesma, somos muito amigas.


Sou muito  censurada por não ir ao carnaval, já fiz isso algumas vezes e me arrependi...prefiro ficar em casa, ler meus livros, ouvir música ou até mesmo nem fazer a minha cama.Tenho direito de ser desarrumada,  extravagante e livre.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o passar do tempo.Quem vai me censurar se resolvo ficar em casa lendo ou curtindo a net até tarde se posso dormir até meio-dia?  Fico ligada no som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 &70, e se fico sensibilizada,  posso até  chorar por um amor perdido ...  choro e daí?
 
Adoro ficar à vontade em casa, e mergulhar nas ondas do abandono.

Sei que às vezes esqueço algumas coisas. Mas há muita coisa nessa vida que merece ser esquecida. Eu me recordo das coisas importantes. Há certas coisas que nem valem a pena ser lembradas.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.  Como não  quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?  Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão.  Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
 
Sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos já ficando grisalhos, e ter os risos da juventude  gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.

Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata
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Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.  Você se preocupa menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais.

Ganhei o direito de estar errada.  Gosto de ser sessentona. A idade me libertou.   Gosto da pessoa que me tornei.  Não vou viver para sempre, mas enquanto  ainda estou aqui, não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.
 
Não me sinto mais obrigada a ir aqueles fins de tarde, comemorar aniversários de colegas que não tinham nada a ver comigo. Quero mais é esquecer aquelas festas chatas que começavam mal e terminavam pior.  Voltava prá casa mais vazia.
 
 Estou bem assim e ainda respeitando a maneira de viver dos outros. Só peço uma coisa: não me cobrem participação em eventos que não suporto. Aquela garotinha que aceitava tudo para agradar aos outros...se foi. Confesso...sou bem mais  feliz agora.








 

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