17 de fevereiro de 2012

RACIOCÍNIO RÁPIDO


Chiquinho chega desolado e desabafa para o seu melhor amigo. - Larguei a minha mulher! Não quero mais saber dela. Nem que ela me peça, de joelhos, para voltar. Ainda bem, que eu descobri logo a sua verdadeira intenção. - Calma, Chiquinho, não meta os pés pelas mãos. Casamento é coisa séria e descasamento é mais sério ainda. Portanto, nada de precipitação. O que, realmente, aconteceu?

- Eu já vinha desconfiando... Mas preferi ter a certeza dos fatos, antes de qualquer decisão antecipada! Tudo começou no dia do nosso casamento. Eu havia comprado um pijama novo, pois além de ser o dia da nossa lua de mel, era a minha primeira vez! O meu peito saltitava de emoção devido ao grande momento. Ali, começaram as minhas dúvidas. A minha mulher sai do banho com uma camisola muito bonita e atraente. Aproximo-me dela, de forma bem carinhosa, como exige o momento, e sem meias palavras, ela olha no fundo dos meus olhos e diz:
- Estou menstruada.
- Entendi. Lembrei da minha mãe, que tinha menstruações duradouras e dolorosas. Desconversei e resolvi mudar o rumo da prosa.

Sete dias depois, procurei-a novamente. Desta vez, estava com uma aparência bem pior que a do dia do nosso casamento. Com um olhar quase sem brilho, transparece-me não está nada bem. Pergunto-lhe se sente alguma coisa, o que ela prontamente me responde:
- Enxaqueca!
- Mais uma vez a compreendi. Lembrei-me, de imediato, das crises de Tia Zefa. Fitei-a e disse: - Você sente uma forte dor em um dos lados da cabeça, em pontadas; vontade de vomitar; e ver umas estrelinhas brilhando em volta dos olhos?
– Sim.

Eu sabia que uma crise de enxaqueca durava dias e poderia haver alguma recaída em caso de contrariedade. Deixei-a ficar a vontade. Os dias se passavam e o meu desejo só aumentava. A mulher linda e sensual que convivia comigo sob aquele teto me enchia de vontades. Mas eu sabia esperar. Passados alguns dias, criei coragem e tentei outra investida. Precipitei-me. Coincidentemente, ela havia feito uma farta refeição e se sentia fortemente empachada. Eu, já meio desconfiado lhe perguntei: O que você sente, especificamente? Ela me responde de imediato, sem dar tempo nem de pensar: - Sinto uma sensação de plenitude gástrica pós-prandial com náuseas esporádicas. – Pensei: É verdade. Que mulher entendida. Fecho os olhos e fico pensando com sofreu vovô Tito quando sofria de bucho inchado.

Passado algum tempo, resolvi comprar outro pijama e cortar os cabelos. É hoje! Meditei. Acertei, exatamente, no dia em que ela me revelou sentir dor de coluna. Fiz outro teste. Diga, em detalhes, o que sente para eu ligar para o seu médico. Ela me responde: - Não precisa ligar, pois eu sei que tenho uma lombociatalgia de etiologia provavelmente osteofítica simulando herniação discal. – Vôte! Exclamei.

Outro dia, fiz nova tentativa, mas em vão. E assim, noite após noite, ela vinha me respondendo. - É uma sonolência que me dá depois das novelas... Foi a minha gastrite que arrebentou outra vez... É o dentiqueiro que inflamou de novo...

O seu amigo, compadecido, pergunta-lhe: - Há quanto tempo ela vem lhe tapeando com essa conversinha barata? – Há 11 anos! – E o que lhe fez tomar esta tão drástica e rápida decisão?

– Inteligência!...


Um comentário:

  1. kkkkkkkkkk Nem a abstinência da QUAESMA!!!!!!!!
    Legal, Sávio. Será que continuou virgem?!!!!

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