25 de outubro de 2013

O TORRÃO ONDE EU NASCÍ - por João Bitu




Permanece na memória
Dos que são de tempos idos
Fatos que fazem história
Aos que são pouco esquecidos
A lembrança bem ativa
De nossa flora nativa
Onde fomos nós nascidos


Carnaúbas– sítio amado
O lugar onde crescemos,
O Riacho do Machado
Cujas águas nós bebemos.
Que aguava o arrozal
Nos baixios, o principal
Dos cereais que comemos


Que saudades! Sim, saudades!
Das chapadas de algodão
E de outras variedades
No plantio em meu torrão,
Muita coisa se colhia,
Amendoim, melancia
Jerimum, milho e feijão.


O gostoso fruto da ateira
Preferido do azulão
Fruta de conde como queira
Dava junto ao casarão
A moradia bendita
Mais saudável e mais bonita
Que existiu no sertão


Em frente à tal mansão
Tinha uma árvore frondosa
Para gente e a criação
Dava uma sombra gostosa.
Não esqueço um instante só
Era o velho Pé de Mocó
De memória saudosa


Bem ao fundo à direita
Um enorme Juazeiro
Com uma copa perfeita
E convexa por inteiro
Tremulando com a aragem
Uma natural imagem
Deste solo brasileiro


Próximo já da cancela
Que fechava a capoeira
Havia outra planta bela
Mais bonita que as primeiras
Junto à manga dos Bitu’s,
Lindo pé de Coaçu
De tanto olhar dá canseira


Das Pedrinhas - quem recorda?
Minha Mãe lavava panos
Estendia em limpas cordas
E cipós se não me engano
Caí numa cacimbinha
Tendo à mão uma foicinha
Quase entro pelo cano


Eu não sabia nadar
Foi Mamãe quem me salvou
Mais uma coisa a lembrar
De quem tanto me amou
Viu-me cair e por sorte
Evitou a minha morte
São e salvo me apanhou.


Carnaúbas leito amado
Nunca mais me viste tu
Do pau Mocó estimado,
Juazeiro e o Coaçu
Eu jamais esquecerei
Mas em breve voltarei
Às origens dos Bitu’s!


João Bitu
 
IMPOSSÍVEL ESQUECER
CHUÁ, CHUÁ
 
Francisco Alves
 
 
 
 

2 comentários:

  1. João poeta amigo
    De grandes recordações
    O que aconteceu com tigo
    Vivi com os meus irmãos
    Nas águas barrenta de açude
    Minha mãe tirava o grude
    Usando as somente as mãos

    Lá nas bandas do Crato
    Minha mãe lavava panos
    Eu e o irmão Nonato
    Brincava com canos
    Foi quando o Nonato sumio
    minha mãe pulou no rio
    Voltou com ele chorando.


    Caro poeta agora uma lágrima rolou no rosto e por mai de 10 minutos eu voltei a ser aquele menino maluquinho.

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    Respostas
    1. Oh meu caro! Posso entender você mais do que nada. A gente lembra o passado e cai na fraqueza. A vantagem de choirar é que é uma dor diferente, sem contusão ou qualquer outro dano físico.
      Vamos chorAR de BOAS LEMBRANÇAS!

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