20 de outubro de 2013

A um poeta de quem muito me orgulho

No DIA DO POETA sinto-me muito à vontade para homenagear meu querido irmão JOÃO BITU  que preenche esse blog com suas palavras doces e românticas, rimando família, amores, amigos com muita maestria. Há muito tempo eu via suas poesias numa gaveta guardadas timidamente e isso me incomodava, Hoje tenho maior prazer em divulgar as belas coisas que ele escreve. Foi difícil escolher um de seus escritos mas decidi por.....

LEMBRANÇAS MUITO REMOTAS

De minha terra amada
Guardo enorme lembrança
E nunca perco a esperança
De rever muitos por nada.
Era uma gente abençoada
De caráter bom e ordeiro.
Lá na Rua do Cruzeiro
Todos sabem, ninguém nega
Bem ao fundo da bodega
Morava ali um ferreiro.

 Era Raimundo Gibão
Um Velho muito sisudo
Era o Pai  de Zé Bicudo
Ajudante de caminhão
Um distinto cidadão.
-Lauro, Tiola e Vicente,
Fradaiá e mais muita gente,
Ainda lembro Quincô
E Dona Maria Diô
Que morava mais na frente


Quero somente lembrar
Naquele trecho pessoas
Muito justas, muito boas
Difícil de olvidar
De algo mais recordar
Para que aqui se veja
E que nosso Deus nos proteja,
Como da queda de BELINHO
Quase morre o coitadinho
Do forro de nossa Igreja

Em condição subumana
Numa pobreza profunda
Tinha Joaquim, tinha Munda
Dois filhos de Bastiana
Juntos numa choupana.
Joaquim viveu com Pastora
Uma pobre sofredora
Só uma cama possuiam
E quando se desuniam
Lá ia Joaquim com “ISIDORA”

ISIDORA era o tal leito
Das noitadas fugazes
De quando faziam as pazes.
Joaquim então, com efeito-
Voltava todo sem jeito
Com  a  cama desconjuntada
Até não servir pra nada
Mas foi assim que se amaram
Apesar de que - nunca casaram
Tiveram a vida sonhada!

Quero aqui me desculpar
Por estes versos bisonhos
É que sempre tenho sonhos
E preciso extravasar,
Não tenho como os guardar!
 Os tais sonhos são mistério
Adoto pois este critério
Não tenho com quem falar
O melhor que faço é rimar
E não levar a coisa a sério.

João Bitu







2 comentários:

  1. Sr. João:

    Entrando de porta adentro no Blog de Fafá. deparei-me com uma homenagem feita a um poeta que, por convicção a fez boa escolha.
    Esse poeta, que foi batizado por JOÃO, herdou da cidade do sabido acabrunhado uma cultura memorável. O jeito de ser, de escrever e de falar do passado na terrinha dos contrastes é inato! Portanto, não poderia deixar passar um comentário sobre o poeta ou sobre o ser humano admirável e culto! E como a poesia escolhida foi "LEMBRANÇAS MUITO REMOTA", tive a ousadia de citar algumas palavras sobre a TERRA DOS CONTRASTES, segundo Padre Vieira. Ele escreveu uma crônica cujo tema é: "O RATO COMEU".
    . Ele menciona a diferença encontrada por ocasião de uma passagem por lá. Não tem mais a beleza do imenso VALE DO MACHADO, não havia mais o orgulho da terra que produzia ARROZ o que era apenas, um painel humilhado. Fala da decepção de não ser mais aquela Várzea Alegre......
    E o mais importante que achei foi o que mencionou depois de olhar tudo. Lembrou-se das brincadeira que se fazia com as crianças do sertão: Dedo mindim,
    Seu vizim,
    Maior de todos,
    Fura bolos,
    Cata piolho,
    Cadê o toucinho daqui?
    _ O Rato Comeu.
    Cadê a festa do Arroz?
    Cadê as verbas?
    Cadê as máquinas?
    As sementees?
    E o matuto decepcionada, coçando a barbiche, cospe de lado e responde num profundo desalento:
    _ O R A T O C O M E U !

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  2. A homenagem de Fátima Bitu é muito significativa e bonita demais. Ela escolheu ainda uma melodia de apoio igualmente valiosa e muito adequada ao poema.
    A seguir posso ver um comentárário da fabulosa companheira Fideralina que veio, no bem sentido, quebar as minhas pernas, Não tenho para onde correr. As gêmeas de minha admiração cercaram-me de coisas agradáveis e eu só tenho é qie agradecer e enviar-lhes um forte e carinhoso abraço.
    Loão Bitu

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