Oh que infância adorável
Experimentei no sertão
Não sabia que estava então
Num paraíso inefável.....
Era uma vida mui saudável
Existência tão desprendida
Que o tempo logo passava
E eu não cuidava que estava
Gozando o melhor da vida.
Despertava ao amanhecer
Com o canto dos passarinhos
Ao levantar de seus ninhos
Buscando o sobreviver
Como parte de meu lazer
Tinha futebol nos terreiros
Era sempre um dos primeiros
Um craque dos de mão cheia
Dominava a bola de meia
Com lances belos, matreiros.
Amava caçar sempre só
Com baladeira e bodoque
Pescar de landuá e choque
Daquele feito em cipó.
Balear o triste socó
Sempre sozinho e infeliz
Assim meio lelé da cuca!...
E pegar de arapuca
Jurití e a codorniz.
Portava sob a axila
Que sob o pescoço amarro
Contendo balas de barro
Do tamanho duma bila...
Era uma caçada tranqüila!
Usava blusão de crepe
Usava blusão de crepe
Na cabeça um negro quepe
Feito de meia de linho
E para fugir dos espinhos
Alpercatas de currulepe
A adolescência é a fase
Mais doce de nossa vida
Se com saúde vivida
Ela é de tudo a base.
Não existem coisas más!
Onde há saúde e paz
Muita fé e muito amor.
-Tudo se torna um primor
Do resto se corre atrás
Aquela época previa
Um porvir cheio de glória
Configurava uma estória
Cuja se não conhecia
Uma autêntica profecia
Deste HOJE benfazejo!
Quando tudo quanto almejo
Desde aquela fase querida
Tenho alcançado na vida
Tudo, tudo, como desejo!!!
JOÃO Alves BITU
Fortaleza, 25 de julho de 2011
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