5 de maio de 2012

A CASA DA ADOLFO CAMPELO - por João Bitu


Confesso que ainda tenho saudade
Da casinha da Adolfo Campelo
Tudo nela era só simplicidade
Por absoluta falta de zelo.
Os seus cômodos eram apertados
OS  quartos  não eram nem  fechados ,
Mas por ela  eu tinha um certo desvelo

Essa casinha, coincidentemente
Trouxe-me  bons fluidos e muita sorte
Parei de beber definitivamente
Quando lá andava para a morte,
Entregue ao álcool, por ele já vencido
No meio das  más companhias metido
Tinha o  tal  vício como único esporte

Com ajuda de Deus comprei pela Caixa
Aquele humilde teto onde morava
Utilizando a minha rendinha baixa
Investindo primeira vez eu me achava
Com muita vontade e a muito custo
Aproveitando o preço que era justo
Livrei-me do aluguel que pagava

Foi palco de puro ressurgimento,
Deixei de ser alcoólatra inveterado,
Quando sucedeu em feliz momento
Um tratamento em grupo efetuado
No qual muita coisa boa eu aprendi
E para glória minha consegui
A primeira e grande promoção no Estado

Nasceu o nosso filho mais novo
Num imóvel ligado à mansãozinha
Em tudo houve um especial renovo
Para honra e felicidade minha
Sem pretender ser supersticioso
E nem tão pouco misterioso
Muito atribuo a doce e amada casinha

E é por isso que sempre quando recordo
De tais coincidências curiosas
Que sejam coincidências não concordo
Creio mais em dádiva milagrosa
Que do Céu para mim é enviada
Pelo endereço da casa abençoada
Que abrigou minha alma venturosa

João Bitu


Esta poesia vai com endereço especial  para  FÁTIMA BITU que é identificada  com  o cenário e com os fatos que  lhe deram origem e carinhosamente,  para a minha amiga FIDERALINA  que outro me perguntou:
 - Qual vai ser a próxima e eu lhe respondi  “DEUS PROVERÁ”.
João Bitu



Já que o " BOM RAPAZ" endereçou o belo poema a mim...tomei a liberdade de musicar a postagem. Ah! As tardes da Adolfo Campelo.....elas me trazem a lembrança da novela CABOCLA reprisada pela Globo à tarde. Nessa época Luisinho , filho mais novo do poeta João era a sensação do pedaço, todos o conheciam e o amavam. Ele esperava ansioso a passagem do padeiro que coincidia com o horário em que víamos a novela e isso ficou marcado nas nossas mentes: " OLHA O PÃO, LUISINHO!   

Mágoas de Caboclo - Nélson Gonçalves

Cabocla, seu olhar está me dizendo
Que você está me querendo
Que você gosta de mim
Cabocla, não lhe dou meu coração
Hoje você me quer muito
Amanhã não quer mais não

Não creio mais em amor nem amizade
Vivo só para a saudade
Que o passado me deixou
A vida para mim não vale nada
Desde o dia em que a malvada
O coração me estraçalhou

Às vezes pela estrada enluarada
Lembro de uma toada
Que ela para mim cantava
Quando eu era feliz e não pensava
Que a desgraça em minha porta
Passo a passo me rondava

Depois que ela partiu eu fiquei triste
Nada mais para mim existe
Fiquei no mundo a penar
E quando eu penso nela
Oh grande Deus!
Eu sinto dos olhos meus
Triste lágrima rolar...




             

 










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