UM HOMEM SEM EDUCAÇÃO
Um sertanejo rude e ignorante
Nascido na roça, sem nenhum estudo
Pele queimada sob sol causticante
Privado de alegria e de quase tudo
Levava vida sofrida e humilhante...
Sua família era seu único patrimônio.
A filha primeira de seu matrimônio
Era toda a esperança de ajuda
Com a enorme prole triste e desnuda
Pesando aos ombros de Seu Petrônio
Logo que a jovem alcançou maioridade
Foi instada a buscar trabalho noutra parte
Mesmo não tendo nenhuma arte
Partiu do amado sertão rumo à cidade
À cata de emprego que pela vontade
Do velho Petrônio malvado e duro
Desse-lhes garantia e Porto Seguro.
Triste sina de púbere indefesa
Cai nas malhas insanas da vileza
Praticando sexo de modo impuro
Apesar de tudo ajunta algum dinheiro
Com o firme objetivo de ajudar o pai
Volta ao sertão e para o roçado vai
Com os parcos bens que ajuntou primeiro
Para entregar ao pai que mais que ligeiro
Convida seus parentes bem contentes
E lhe indaga diante de toda gente
-O que fazias lá, qual tua profissão?
-Era “prostituta” Pai, não tive outra opção
O velho aí se irrita cruelmente
Que vergonha tu me faz muié ingrata
Entonce eu arreuno toda a famia
Pra festejar a volta da minha fia
Que me faz coisa tão insensata?
-Pai sofri até juntar esta soma exata
De dez mil reais em procedimento escuso
Fui “prostituta”, mas a grana é para teu uso!
-Tu falou “postrituta”? Fala o ignorante
Escutei primeiro foi “potrestante”!
Pois ou raça nojenta e de meu abuso!...
João Bitu
Nota:- Agradeço ao Luiz Marcelo pelo conto.
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