Nosso Pé de Castanhola - por Cleide Bitu

Como temos saudades do nosso pé de castanhola que nosso pai aguava com tanto carinho trazendo a água do cacimbão de Seu Sebastião Felix! Era ali que a gente passava nossas tardes brincando com todos que apareciam. Saudades
daquele tempo em que o sonho era maior, mais completo, cheio de amigos para nos fazer companhia, dar conselhos, tirar nossas dúvidas.
Hoje o pé de castanhola não está mais lá, nossos amigos da árvore também sumiram; alguns casaram, mudaram de cidade, outros partiram para outra dimensão mas a saudade permanece.
Hoje mergulhamos no passado que está sempre presente. O último “pé de castanholas” que ficava em frente a casa do saudoso Zé Bitu também foi morto. É a força do tempo que tudo substitui. A grande verdade é que nada fica para permanecer e tudo existe para se transformar. Deus jamais repete. Um dia é sempre diferente do outro e as paisagens nesse teatro da vida estão sempre em mutação. Surgem novas árvores e o panorama sempre está mudando , com a ajuda do homem, que também é um co-criador.
Lembramos dos rostos infantis de cada um, hoje quase todos casados e felizes. O pé de castanhola de Zé Bitu era famoso. Sabemos que não devemos nos prender ao passado naquilo que o passado se apresenta como dores. Esses momentos servirão apenas para não cometermos os mesmos erros e experienciarmos a magia da vida para efeito de progresso. É preciso esquecer o mal e fazer o bem. Estudar e realizar. Trabalhar e servir, renovando e aperfeiçoando sempre e infatigavelmente. O ontem foi experiência, o amanhã não existe. Viva o dia de HOJE sempre relembrando... os “pés de castanholas” de sua vida. Isso lhe dará força para seguir mas... jamais esqueça do presente que é nossa jóia mais preciosa.
Texto adaptado para os filhos do Senhor José Bitu das Lagoas