13 de novembro de 2011
Várzea Alegre do meu tempo - por João Bitu
Desde 1948 quando saí das Carnaúbas para estudar com Dona Francisquinha Ferreira, irmã de Romana, conheço e amo Várzea Alegre como ninguém conheceu e amou
de verdade. A primeira coisa que me atraiu e apaixonou foi a inesquecível "AMPLIFICADORA A VOZ DE VÁRZEA ALEGRE" de propriedade de Hamilton Correia, o melhor serviço de som que eu conhecí por onde andei neste imenso Brasil. Sobressaia-se pela apresentação de um programa de "Mensagens Sonoras" naquela época sob o comando de Walquírio Correia, que dava um sentido romântico a cada oferenda musical. Explorava e divulgava as datas natalícias e os idílios amorosos existentes na cidade e os contemplava com as lindas melodias que faziam sucesso na ocasião, acrescentando ainda uma pitada de amor e incentivo que contaminava os corações enamorados. Walquirio fazia isto com maestria, sabia como tocar aos corações e a mocidade se embevecia. Os cantores daquela época eram Augusto Calheiros, Orlando Silva. Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira e outros tantos que faziam o gênero romântico. Aquela obra apresentada diariamente através de seus alto falantes cativava as pessoas, era um encontro aguardado pelos ouvintes com a maior ansiedade para as dezoito horas em diante. Nunca mais ví coisa semelhante. Era a Várzea Alegre apaixonante, um costume que se perpetuou em nossos corações, contaminando e se enraizando para sempre, jamais poder-se-á esquecer tanto amar, tanta alegria e a afeição que Varzea Alegre nos impôe através destas recordações. Amo a minha terra como ninguem jamais amou!
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Francisco Gonçalves de Oliveira comentou.....
ResponderExcluirJoão Bitu
Um texto belíssimo falando de coisas que me deixaram muita saudade... Do Hamilton Correa eu lembro do misto que ele tinha em sociedade com Totô. Eu viajava de Icó à várzea Alegre fotografando a vida que guardo ainda hoje em minha memória. Várzea Alegre se preservou durante muitos anos de estranhos, pois não havia estrada para seguir viagem o Misto ia até a cidade e voltava... Demorava uma infinidade, mas eu adorava. Todo ano era a mesma peregrinação da minha mãe para que nós pudéssemos ver nossos avós. Conheci Várzea Alegre da forma como apresenta a foto e foi nesse mercado público que ainda existe que assassinaram meu pai, Zé de Emília... Mas, eu estou aqui, e a vida continua!