20 de setembro de 2011

Meus Tempos de Criança - Ataulfo Alves

Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança
Aos domingos, missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí
Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará?
Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia
(Sua música preferida)

                                  32 anos sem meu irmão Luís
Lembro ainda de cada gesto seu, da sua ousadia de irmão protetor quando alguém olhava para mim “diferente “como você dizia. Fomos irmãos, colegas, parceiros, cúmplices...você me levava para o colégio todo dia, eu sabia de suas paqueras, passava recado. Quando o parque de diversões chegava, você me levava todas as noites, quando o locutor anunciava “Lílian” do Nilton César eu sabia que era você que mandava para mim, adivinhava meus pensamentos e como! Um dia você teve a ousadia de me ensinar a andar de bicicleta, eu sabia que no fundo havia mais uma boa intenção para comigo. Pois aprendi e ganhei a monareta do ano: último lançamento. A partir daí você estava livre para estudar fora, eu não precisava mais do meu motorista, mesmo assim soube depois que você me recomendou a meus colegas de classe: João Geraldo, José Quintino, Raimundo Pedro, Aldenízio., Wilson Viana...descia o BECO DE GOBIRA tranqüila pois sabia que havia uma turminha cuidadosamente preparada por você para me proteger. Bom, uma fada madrinha me trouxe para Fortaleza e fomos a vários médicos, dentre eles um ortopedista competente que me operou e mais uma vez, você estava do meu lado, me carregando nos braços, me protegendo porque eu estava engessada e totalmente dependente. Você foi quase perfeito na sua missão de irmão mas não queria estudar, dizia a todos: “Fafá estuda por mim”. No último semestre da faculdade, você foi tirado do nosso convívio por uma mão assassina. Pensei que fosse morrer de tristeza mas aconselhada por meus pais e irmãos,convidei seus melhores amigos e fizemos um brinde na colação de grau, afinal, a vitória também era sua. Encerro minha singela homenagem deixando 5 palavras que dizem tudo: “ Você me deu a vida”. Sabe quando eu esquecerei disso? NUNCA.
Fátima Bitu



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