15 de novembro de 2011

Passeio Público - por João Bitu



1919
PASSEIO PÚBLICO
É deslumbrante o visual do novo Passeio
Restaurado que foi seu lindo arvoredo
Bem cuidado, limpo. não inspira medo
Todavia há algo de que muito receio
É a gente rude que frequenta o meio.
Indiferente aos olhares da multidão
Que por ali passa, eis que na solidão,
Triste mulher que há pouco foi despida
Degusta faminta um prato de comida
Por imposição de seu indigno cafetão!!


Alí impera a cruel máfia do sexo
À revelia das próprias autoridades.
Não sofreu dissolução de continuidade
Apesar da grandeza de tão lindo complexo
Habita um grupo de jovens na lama submerso
Seres que seriam beldades de esposas
Transformadas em vis mariposas
Desposando o vício e a embriaguês
Anumalescamente feito umas raposas


De lindo passa a ser antro de perdição
Seus bancos bem sombreados são palco
De descanso às escrevas do álcool
Na triste sesta etílica onde estão,
Defrontam-se a ruina e a devassidão
Quando Baco e adultério travam luta
E não há vencedor nesta vil disputa,
A cada dia se somam mais e mais horrores.
-Num trocadilho feil sobre computadores
No passeio aqui não se "fala", senão "computa".
João alves Bitu
agosto de 1992

Um comentário:

  1. Sr. João Bitu. Que maravilha de poesia. Estou orgulhosa de seus escritos que não deixam de ser um excelente ensinamento. Parabéns meu bom e seleto amigo. Já estava sentindo falta desse poeta!
    Abraços de Fideralina.

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