11 de abril de 2011

ABERTURA:

Meu caro leitor amigo
Seja conterrânero, ou não,
Raciocine comigo
Diga se estou com razão.
Se eu mereço um castigo
Também mereço o perdão.


Garanto não ser só eu
Que estar indignado,
Ei ví como um atentado
Aquilo que aconteceu.
A casa de Pai Dirceu
Teve um passado de glória,
Quem ativar a memória
Encontra a verdade pura
Praticaram uma tortura
Assassinando a história.

Não consigo tolerar
Uma certa criatura,
Que atropela a cultura
Com intenção de especular.
Não há quem possa aceitar
Uma história abalada
E uma cultura ultrajada
Como se fosse uma guerra.
Pois assim a nossa terra
Tá sendo violentada.

Não sei quem foi que comprou
Não sei quem foi que vendeu,
Mas a casa de Dirceu
Não foi tombada, tombou.
Teve gente que chorou
Com aquela demolição.
Cada tijolo no chão
Era como punhalada,
Como se fosse aplicada
No centro do coração.

ENCERRAMENTO:

Na saudade eu vejo a tela
Da alegria que eu tinha,
Pra mim eu vejo a janela
Onde ficava Mãezinha.
Aquela casa amrela
É como se fosse minha.

2 comentários:

  1. É preciso civilizar a humanidade para respeitar seus próprios valores.As pessoas não perceberam ainda a falta que aquela casa vai fazer no contexto geral da cidade. Não me refiro a quem está longe, falo dos que transitam agora para as escolas, para o trabalho.A calçada de Sr João Bilé como estará agora?Ali era tão referencial quanto a PRAÇA DO FERREIRA DE FORTALEZA e a ÎLE DE LA CITÉ EM PARIS. Sentar na pracinha para ver o movimento da Major Joaquim Alves, nem pensar. Sugiro olhar para São Raimundo e orar por todas as pessoas que foram mais diretamente responsáveis nessa história toda. E a saída da IGREJA DE SÃO RAIMUNDO? Nossos fiéis fervorosos.... não tem como não sentir um grande vazio.Touchée!
    Dedico esta postagem a todas as pessoas que assim como eu...tiveram um grande abalo diante daquelas imagens chocantes, procurem lembrar da nossa esquina através dessa DOCE LEMBRANÇA que preparei com carinho há muito tempo já prevendo tudo isso.
    Fátima Bitu

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  2. LEMBRANDO A TERRA DO ARROZ

    Várzea Alegre que saudade
    Que tu vem me provocando,
    Tou agora me lembrando
    Do tempo da mocidade,
    Quando eu vivia à vontade
    Jogando cara ou coroa,
    Correndo na rua à toa,
    Sem a ninguém perturbar.
    Depois ia tibungar
    Banhando-me na lagoa.

    Várzea alegre eu sei que tu
    Ainda não esqueceu,
    Da casa de Seu Dirceu
    Vizinha a de Zé Bitu.
    De Romana e Seu Dudu
    Na calçada da usina
    E logo na outra esquina
    A casa paroquial,
    Onde tinha num varal
    Pano de altar e batina.

    Lembra-se daquela estrada
    Que ia para a Serrinha?
    Tu se lembras de Cotinha
    Senhora muito prendada?
    Sei que lembra da chegada
    Da água e da energia,
    Que a velha lavanderia
    Ficou sem utilidade.
    Mas deixou muita saudade
    Porque nos serviu um dia.

    Eu sei que tu tá lembrada
    Das malotas de Britim,
    Dos poemas de Bidim
    Sem nem uma rima errada.
    Do caldo de madrugada
    No café de Mariinha,
    Das loucuras de Costinha
    Dizendo “ Oba “ e “ Tuíba “
    Rua abaixo, rua arriba,
    Com Manoel Cachacinha.

    Te mando aqui um abraço
    Em nome dos que estão fora,
    Aqueles só foram embora
    A procura do espaço.
    Essa homenagem eu faço
    Na expressão da verdade,
    Me acabando de saudade
    Do Riacho do machado,
    Do arroz prata cacheado,
    Que circulava a cidade.

    Mensagem do autor:

    Quando deus fazia o mundo
    Começou na nossa terra,
    Fez a mata, fez a serra,
    Em menos de um segundo.
    Depois deu a São Raimundo
    Que ficou no seu altar,
    Com os fiéis a rezar
    Pra seu Santo verdadeiro,
    E assim nosso padroeiro
    Abençoou o lugar.

    Mundim do Vale

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