8 de abril de 2011

Lembrando a TERRA DO ARROZ

LEMBRANDO A TERRA DO ARROZ

Várzea Alegre que saudade
Que tu vem me provocando,
Tou agora me lembrando
Do tempo da mocidade,
Quando eu vivia à vontade
Jogando cara ou coroa,
Correndo na rua à toa,
Sem a ninguém perturbar.
Depois ia tibungar
Banhando-me na lagoa.

Várzea alegre eu sei que tu
Ainda não esqueceu,
Da casa de Seu Dirceu
Vizinha a de Zé Bitu.
De Romana e Seu Dudu
Na calçada da usina
E logo na outra esquina
A casa paroquial,
Onde tinha num varal
Pano de altar e batina.

Lembra-se daquela estrada
Que ia para a Serrinha?
Tu se lembras de Cotinha
Senhora muito prendada?
Sei que lembra da chegada
Da água e da energia,
Que a velha lavanderia
Ficou sem utilidade.
Mas deixou muita saudade
Porque nos serviu um dia.

Eu sei que tu tá lembrada
Das malotas de Britim,
Dos poemas de Bidim
Sem nem uma rima errada.
Do caldo de madrugada
No café de Mariinha,
Das loucuras de Costinha
Dizendo “ Oba “ e “ Tuíba “
Rua abaixo, rua arriba,
Com Manoel Cachacinha.

Te mando aqui um abraço
Em nome dos que estão fora,
Aqueles só foram embora
A procura do espaço.
Essa homenagem eu faço
Na expressão da verdade,
Me acabando de saudade
Do Riacho do machado,
Do arroz prata cacheado,
Que circulava a cidade.

Mensagem do autor:

Quando deus fazia o mundo
Começou na nossa terra,
Fez a mata, fez a serra,
Em menos de um segundo.
Depois deu a São Raimundo
Que ficou no seu altar,
Com os fiéis a rezar
Pra seu Santo verdadeiro,
E assim nosso padroeiro
Abençoou o lugar.

Mundim do Vale

2 comentários:

  1. Este Mundim é também nota dez. Adoro ler seus poemas, sua linguagem é clara e modesta. Parabéns!

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  2. Pois é, Fidera, gosto muito de Mundim mas ele anda sumido, estou com saudades.Abraço Fafá

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