16 de abril de 2011

O Circo

O circo

Quando eu era adolescente, meu pai e eu estávamos na fila para comprar ingressos para o
circo. Finalmente, havia apenas uma família entre nós e o guichê. Essa família me causou uma profunda impressão.
Havia oito crianças, provavelmente todas com menos de 12 anos. Podia-se dizer que elas não tinham muito dinheiro. Suas roupas eram baratas, porém limpas. As crianças eram bem comportadas, todas em pé na fila duas a duas de mãos dadas, atrás de seus pais. Falavam animadamente sobre os palhaços, os elefantes e outras coisas que veriam naquela noite. Podia-se perceber que nunca tinham ido ao circo. O programa prometia ser um grande acontecimento em suas vidas
jovens. O pai e a mãe iam à frente do grupo, tão orgulhosos quanto
poderiam estar. A mãe segurava o braço do marido e olhava para ele, como se
dissesse, “Você é meu cavaleiro com uma armadura brilhante”. O pai
sorria cheio de orgulho e olhava para ela, como se respondesse, “Você tem razão.”
A vendedora de ingressos perguntou ao pai quantos ele queria.
Ele respondeu, “Por favor, quero oito de crianças e dois de adultos para levar a minha família ao circo”. A vendedora disse o preço. A mãe ficou cabisbaixa e largou a mão do marido, que ficou com os lábios trêmulos.
Ele perguntou novamente: “Quanto foi que a senhora disse?” A vendedora disse novamente o preço. O homem não tinha dinheiro suficiente.
Como poderia dizer a seus oito filhos que não tinha dinheiro suficiente para levá-los ao circo?
Vendo o que acontecia, meu pai colocou a mão em seu bolso, pegou uma nota de vinte dólares e a deixou cair no chão de proposito. Meu pai se abaixou, pegou a nota, tocou no ombro do homem e disse “Senhor, com licença, isto caiu do seu bolso.”
O homem entendeu o que estava acontecendo. Não estava pedindo esmolas, mas certamente apreciou a ajuda em uma situação terrivelmente constrangedora. Ele olhou bem nos olhos do meu pai, pegou a sua mão nas suas, apertou com força a nota de vinte dólares e, com os lábios trêmulos e uma lágrima rolando em seu
rosto, respondeu “Obrigado, senhor. Isso significa muito para mim e para a minha família.”
Meu pai e eu voltamos para o nosso carro e nos dirigimos para casa. Não fomos ao circo naquela noite, mas valeu a
pena.
VALEU A PENA FAZER AQUELA FAMÍLIA POR TÃO POUCO FELIZ!


3 comentários:

  1. Recebi o texto acima por e-mail mas como fiquei muito enternecida, resolvi colar no blog. É tão fácil fazer alguém feliz sem machucar! Uma vez eu estava na praia com minhas irmãs e uma criança chegou perto e só faltou implorar: " Dona, se eu cantar " AMOR I LOVE YOU" a senhora me dá 1 real"? A gente deixou que o garoto cantasse...uma vozinha trêmula de quem estava faminto. Antes de terminar, ele disse que cantava duas vezes por 2 reais. Entregamos o dinheiro e ficamos mudas.

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  2. Uma comovente história !!! Um lindo relato de amor ao próximo!!!!
    O Blog está melhor a cada dia.....Parabéns!!!!
    Beijos Fafá.

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  3. Pois é, Klébia, aqui é como se fosse um diário, posto sem compromisso. Faço, refaço, se não gostar, apago. É uma maneira de exteriorizar meus sentimentos, tem dias que acesso e não concordo com o que fiz, então apago.Apareça sempre, quer ser colaboradora? Claude e Mazinha já estão. É legal. Aguardo,
    Fátima Bitu

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