Dona Vicentina - por João Bitu

Residia no Sítio Forquilha
A Dona Chicô Pereira
Sempre forte e altaneira
Uma mulher maravilha...
Tinha ela uma neta-filha
A quem criou desde menina
A Mãe da pequena era Idalina
Que a deixou na orfandade
Muito linda e sem vaidade
Era seu nome VICENTINA!

Bem próximo , nas vizinhanças
Havia o sítio Timbaúbas
E mais embaixo as Carnaúbas
O berço destas lembranças...
Também das bem-aventuranças
De um matrimônio ditoso
De um enlace prestimoso
Em que a casta matriarca
Glorificou o grande patriarca
Zé Bitu seu casto esposo.

Desta saudável união
Nasceram onze herdeiros
Os seus pais sempre ordeiros
Os criaram com perfeição...
Deram-lhes boa educação
Impuseram o que é de direito
Amor, decência e respeito.
Um coração bem desperto
Buscando um futuro certo
De honradez e conceito.

Esta eloqüente varoa
Tinha um dom de gerência
Tratava com muita decência
A toda e qualquer pessoa...
Estimada como a patroa
Daquela gente circunvizinha
Por cada um ela tinha
Um afeto sem interesse
Era como se merecesse
O poder de uma Rainha.

Era a Rainha do lar
Ao lado daquele varão
Um homem de bom coração
Sabiam como se portar...
Formavam um lindo par
Foram sempre muito felizes
Nunca houve quaisquer deslizes
Nem um arranhão emocional.
Em sua vida conjugal
Nunca enfrentaram crises.

As suas músicas favoritas
Que ela muito cantava
Quando a um dos filhos ninava
Eram bastante bonitas...
Uma delas era Manolita
Uma canção comovedora
De aceitação duradoura
Em quem nela se detém.
Cantava muito também
A saudosa Valsa Vindoura.

Quando estava na cozinha
Não havia ninguém igual
Até somente com água e sal
Comida melhor não tinha...
Preparava o que lhe convinha
Uma saborosa tapioca
Com goma de mandioca
Cozinhava de tudo a esmo
Feijão de corda com torresmo
E baião de dois com paçoca

Entretanto a vontade Divina
Enviou os anjos seus
Que levaram para junto de Deus
A nossa querida heroína...
Nossa amada VICENTINA
Foi fazer o seu renovo
Deixou aqui o seu povo
Conforme nos diz o Evangelho
Abandonou seu Mundo Velho
E foi morar num Mundo Novo.

João Bitu