11 de dezembro de 2011

FUNCIONÁRIOS DE DEUS - Por Mundim do Vale.

Neste verso eu vou lembrar
De dois conterrâneos meus
Que no título vou chamar
Funcionários de Deus.
Mãe Antônia Cabeleira
A nossa boa parteira
Tinha o trabalho primeiro.
E Alexandre seu filho
Abraçou com muito brilho
O ofício derradeiro.

As gestantes da cidade
Mãe Antonia assistia,
Pois uma maternidade
Na época nã existia.
Fosse dia ou madrugada
Quando ela fosse chamada
Cumpria bem seu dever.
Com carinho e atenção,
Toda a minha geração
Ela ajudou a nascer.

Alexandre um cidadão
Versátil e trabalhador,
Chegou a ser artesão
Foi também agricultor.
Negociou no mercado,
Pioneiro em sal pilado
E também foi enfermeiro.
Trabalhou como cambista
E pra completar a lista
Terminou como coveiro.

Mãe Antônia só fazia
Os partos com segurança
Era muito raro o dia
Pra morrer uma criança.
Era o parto natural
Sem recurso de hospital
Como Deus tinha previsto.
A parteira auxiliava,
A criancinha chorava
Como nasceu Jesus Cristo.

Alexandre no final
Fez a vez de mensageiro,
Cuidava do funeral
E também era coveiro.
Aquele irmão que morria,
Alexandre remetia
Para a casa verdadeira.
Quem sabe um dia a cegonha
Traz de volta mãe Antônia
E Alexandre Cabeleira.

Deus colocou neles dois
O poder da caridade
Pois na terra do arroz
Viveram de irmandade.
Não pouparam sacrifícios
Cumpriram bem seus ofícios
Fizera os trabalhos seus.
Mãe Antônia recebia,
E Alexandre devolvia
Novamente para Deus.

Mundim do Vale.

Dedicado ao poeta João Bitu.

2 comentários:

  1. Obrigado Mundim pela dedicatório de um trabalho tão bonito. Deus lhe conserve rico em inspiração e reconhecimento. Antonia e Alexandre Cabeleira bem merecem sua homenagem.
    Um forte abraço de
    João Bitu

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  2. Raimundinho,

    Que Deus te dê muita saúde para continuar compondo nossas páginas com sua criatividade. Antônia e Alexandre são meredores do teu reconhecimento. Abraço natalino de Zezê e Fafá

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