Nasci em Várzea Alegre, sul do Ceará, pensa numa nordestina arretada, que se orgulha de falar cantando! Falo oxente, vôte,danou-se, Viche, Maria. .. O meu jeito de falar é o mais fiel retrato da minha terra. Os amigos acham até engraçado porque até o francês eu falo cantando. Fico de olho numa mesa farta de pirão, baião de dois, carne assada, mungunzá, canjica, pamonha, galinha caipira, cafezinho com cuzcuz. Delícia! Emociono-me ao ouvir Chico de Amadeu cantando LINDA BREJEIRA. Guardo as melhores recordações das noites de São João e São Pedro tocadas por aquele sanfoneiro famoso. Nos eventos religiosos em Fortaleza me emociono demais vendo passar a procissão diante do condomínio em que moro.Fico observando aquelas pessoas sofridas, rezando, cantando em pleno sol quente. A ladainha, o cheiro de incenso, os pés descalços, o véu sobre a cabeça( minha mãe usava tudo isso), o terço entre os dedos. A força de uma fé que não se abala. O som do sino repicando na torre da igreja, a chamada da missa. Tudo isso me vem novamente como um bom filme que se assiste 2, 3 vezes. Admiro e me emociono com o improviso do poeta popular, a beleza do maneiro-pau, a alegria da quadrilha.A alegria do nordestino contagia, já me disseram isso várias vezes. O nordestino é acima de tudo um herói, e nos cordéis do tempo se registra a sua história. Tenho muito orgulho de ser nordestina e me aborreço profundamente quando vejo alguém que saiu há pouco tempo da terrinha e fica por aí tentando ostentar um falar diferente e ridículo envergonhado talvez de sua nordestinidade. O VERDADEIRO NORDESTINO TEM VERGONHA DESSE PESSOAL QUE FALA CHIANDO.
(REPRISE)
Valeu é isto aí. Como é bom ser nordestino, já andei em outras regiões, residi no Rio de Janeiro, mas retornei ao meu amado Ceará.
ResponderExcluirParabéns por exerternar este seu orgulho.
João Bitu
É tão somente uma adaptação, eu já havia postado anteriormente, fiz pensando justamente em você....que na época talvez não acessava blog ainda. Sou revoltada com o preconceito das pessoas com nordestinos.Naquele curso de verão em Paris, um professor me provocou só para me ver defender meu povo. Depois ele me procurou e disse: " Desde sua apresentação notei que você era arretada mas nem tanto. Eles são treinados para isso. Na turma havia polonês, japonês, americano, italiano...tinha uma grega que pensava que aqui no Ceará não havia Universidade, dei uma lição daquelas e no fim do curso fizemos despedida e todos se tornaraam amigos. Tão bom que as pessoas defendessem mais a nossa terra!
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