4 de dezembro de 2011

A PUNIÇÃO DE JEGUE - Por Mundim do vale.


Hoje eu me lembrei de uma partida de futebol entre a seleção de Várzea Alegre e a do Sanharol, no então campo da Vazante, hoje estádio Juremal. As seleções estavam prontas, mas faltava o juiz. Um torcedor gritou da margem do campo:
- Bota Pedro Piau pra rifirir o jogo!
Leri de Vicento Totô que ia jogar pela seleção de Várzea Alegre gritou:
- Pêdo Piau eu num aceito não, qui ele vai punir pelo Sanharol, qui ele é de lá.
Colocaram Deda de Zé Augusto e ele nomeou Antônio Pagé e Mundim da Varjota para bandeirinhas. O jogo foi iniciado quando chegou Soarim puxando um cabresto de um jumento com dois caçuás de laranjas para vender aos torcedores. Amarrou a cabresto no pau da barraca de Manoel Balbino e foi para lateral do campo torcer pelo time do Sanharol.
Na seleção de V. Alegre tinha um moreno apelidado de Tinteiro que de vez em quando fazia um gol impedido. O juiz e seus auxiliares sem conhecer bem as regras do futebol deixavam passar.
Lá numa hora de um ataque, Tinteiro já estava quase dentro do gol, quando Soarim entrou no campo com os braços levantados e gritou:
Ei seu Refe! O Sinhor num tá vendo isso não? Esse neguim tá de ofiçaide. Ele já passou dos dois beque e já tá quage dento da trave do quipa.
Nesse mesmo momento Zé Moreira soltou uma bomba rasga lata, debaixo do jegue de Soarim. Com o barulho o jegue assustou-se e saiu arrastando a barraca pelo meio do campo, seguido de alguns torcedores que tentavam segur. Foi nessa hora que o juiz muito autoritário, paralisou o jogo e expulsou Tinteiro, Soarim, o jegue e os dois bandeirinhas.
O artilheiro do jogo foi Tinteiro com 14 gols.

Dedicado ao poeta João Bitu

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